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Jeanne estava, realmente, velha e acabada, andando com muita dificuldade, respirando mal e ruidosamente, o rosto muito vermelho,<br />

as costas curvadas e os ombros subindo e descendo com o esforço de levar ar para o interior dos pulmões.<br />

Olhou para Simone, a pouco mais de trinta passos de distância. Trinta passos que lhe pareciam trinta quilômetros...<br />

— Não vou conseguir... — murmurou — Quando me aproximar mais, ela vai fugir outra vez... E vai ficar assim, brincando comigo<br />

como o gato antes de liquidar o rato.<br />

Invocou novamente Satã, mas este não a atendeu.<br />

Não... Ela não interessava mais...<br />

Com esforço, ergueu os olhos para a moça e viu-a ali, de pé ao lado de uma sepultura baixa. Pareceu-lhe estar, de fato, diante de uma<br />

princesa, de uma mulher com poderes infinitos, com o poder que exercera para destruir sua vida.<br />

Um poder que ela jamais tivera: o poder do amor...<br />

Fora com o amor, com o desejo que a impulsionara para os braços de um homem, que Simone a destruíra.<br />

Entregara-se...<br />

Amara...<br />

E, com isso, fizera com que o Príncipe das Trevas condenasse a ela, Jeanne, à perdição.<br />

Sentiu crescer o ódio dentro de seu coração.<br />

— Chegarei lá — murmurou.<br />

Faltava pouco mais de quinze metros para chegar até onde estava Simone.<br />

Esta, por sua vez, olhava a cena aterrorizada e estranhamente paralisada.<br />

Não conseguia se mexer embora quisesse se aproximar de Jeanne para ajudá-la, pelo menos para lhe perguntar por que fizera tanto<br />

esforço para lhe falar.<br />

Mas Simone estava petrificada...<br />

Lutava consigo mesma para se mover mas o máximo que conseguia fazer era... respirar.<br />

Nesse momento, ela viu Jorge que chegava, correndo como um louco por entre as sepulturas, gritando seu nome e mandando-a se<br />

afastar.<br />

Simone bem que tentou mas foi impossível...<br />

Parecia pregada no chão, outra vez dominada por uma estranha força que comandava seus movimentos e suas atitudes.<br />

— Fuja, Simone! — gritou Jorge, de longe — Fuja, pelo amor de Deus!<br />

Mas era tarde...<br />

Jeanne já estava bem perto e parecendo ter renovadas as suas forças.<br />

Tão perto que, se estendesse a mão, conseguiria tocar em Simone...<br />

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