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Sylvia tinha o corpo perfeito.<br />
Suas curvas, menos ousadas que as de Jeanne, eram talvez por isso mesmo, ainda mais sedutoras e a ingenuidade e inocência que<br />
cercavam a sua pouca experiência na arte do amor, faziam com que Tomás se sentisse ainda mais arrebatado, mais responsável pelo<br />
sucesso daquele encontro.<br />
Nenhum dos dois teve do que se queixar...<br />
Quando o dia amanheceu, o sol que entrava pelas janelas abertas do quarto de Tomás, veio beijar o casal ainda abraçado sobre a<br />
cama, ambos exaustos e satisfeitos.<br />
Tomaram o desjejum juntos e Sylvia estava ao lado de Tomás quando ele ligou para Jeanne dizendo que estava trabalhando muito,<br />
que estava morrendo de saudades e que não tinha uma previsão do dia em que poderia voltar.<br />
Desligando o telefone, Tomás riu.<br />
— Você não presta — disse Sylvia, muito séria — Isso não é papel que se faça!<br />
Tomás ergueu os ombros com indiferença e, abraçando Sylvia, puxou-a novamente para si, dizendo:<br />
— Não venha me dizer que não gostou... E não venha me dizer que estava esperando que eu telefonasse para minha mulher dizendolhe<br />
que aprontasse suas malas e fosse embora pois estaria levando para São Paulo uma substituta.<br />
Sylvia riu, beijou com volúpia os lábios de Tomás e murmurou:<br />
— Na verdade, bem que eu gostaria... Mas...<br />
Fitando-o com olhos tristes, acrescentou:<br />
— Sei que você tem uma outra vida e que pertence a um mundo completamente diferente do meu... Não tenho o direito de atrapalhálo<br />
e, muito menos de criticá-lo.<br />
Tomás acariciou seu corpo detendo-se nos pontos mais sensíveis e arrancando-lhe gemidos e suspiros de prazer, enquanto dizia:<br />
— Você é sábia, Sylvia... E as mulheres sábias jamais têm do que se arrepender.<br />
Sylvia sorriu, fechando os olhos como uma gata no cio, procurando aproveitar ao máximo aqueles carinhos.<br />
Sim, ela sabia muito bem que não poderia contar com aquele homem para o resto de seus dias. Mas, pelo menos enquanto ele<br />
estivesse no Rio de Janeiro...<br />
Ela saberia como fazer para que Tomás nem mesmo pensasse em outra mulher.<br />
*******<br />
E foi justamente o que aconteceu.<br />
Durante todo o tempo que Tomás Camargo esteve trabalhando no Rio de Janeiro, onde quer que ele estivesse, ali estava também,<br />
Sylvia.<br />
Iam a restaurantes de braços dados, saíam abraçados do hotel pela manhã, não se preocupavam em absoluto com a remota<br />
possibilidade de alguém os ver, reconhecê-los e... Armazenar matéria para um escândalo dos maiores na sociedade.<br />
— Até parece que você quer que sua mulher saiba — disse Sylvia, preocupada.<br />
— Não quero... — retrucou Tomás — Mas não vou bloquear ou limitar o nosso prazer unicamente por causa dela.<br />
E, com um erguer de ombros, acrescentou:<br />
— Jeanne não é idiota. Sabe muito bem que se achar muito ruim, corre o risco de sair de minha vida... E, se isso acontecer, ela não<br />
será ninguém em São Paulo! Não é o que ela deseja e, por isso, pode estar certa que ela engoliria qualquer sapo só para não ter de ficar<br />
sozinha novamente, só para não correr o risco de se ver abandonada e sem o respaldo de minha empresa.<br />
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