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— Talvez amanhã — murmurou Simone, cansada e desanimada — Pode ser que se procurarmos em Niterói... Quem garante que Mãe<br />

Antônia não esteja em Niterói?<br />

— Sim — respondeu Jorge com um suspiro — Ou em qualquer outra cidade da Baixada Fluminense...<br />

Simone compreendeu o que ele queria dizer com aquilo.<br />

Estavam na estaca zero, na realidade, não tinham conseguido nada desde que saíram em busca de Mãe Antônia, logo depois de<br />

terem escutado a voz de Sylvia tão nitidamente.<br />

Os dois se encontravam no quarto de Simone, sentados na cama e ambos estavam exaustos. Tinham passado muito calor durante o<br />

dia, tinham andado muito e, além de tudo isso, havia a tensão emocional, a angústia de não terem conseguido nada e de verem o tempo<br />

passar, minuto após minuto, sem perdão...<br />

— Temos de encontrar Mãe Antônia antes do casamento — falou Simone — Sinto isso! Sei disso!<br />

Com expressão de desespero, Jorge perguntou:<br />

— Isso quer dizer que não haverá casamento se não a encontrarmos?<br />

Simone não respondeu. Sentia, de repente que era preciso ser de Jorge... Aquele<br />

era o seu homem. E esperar mais...<br />

No entanto, ele mesmo parecia tão retraído, tão nervoso...<br />

Simone sorriu consigo mesma, pensando:<br />

— Ele vai ter uma surpresa...<br />

Na verdade, era difícil para a moça explicar a si mesma o que lhe estava acontecendo. Porém, parecia ser compulsivo. Ela sentia uma<br />

imensa necessidade de concretizar, de materializar o amor que sentia por Jorge...<br />

Levantando-se, ela se dirigiu para o banheiro e, de lá, falou:<br />

— Estamos os dois cansados e nervosos, querido. O melhor que fazemos é tomarmos um bom banho e, depois do jantar, poderemos<br />

conversar com mais calma e planejarmos o que vamos fazer amanhã.<br />

Jorge concordou. Simone estava com a razão, há determinados momentos no relacionamento de um casal em que o melhor é parar,<br />

refletir com toda a calma antes de agir. E eles estavam atravessando um desses momentos.<br />

Começou a caminhar para seu quarto.<br />

Foi interrompido pela voz de Simone que o chamava:<br />

— Mas onde você vai?<br />

Jorge voltou a cabeça para responder.<br />

Não o conseguiu.<br />

Ficou ali, estatelado, atônito, sem saber o que fazer.<br />

Simone estava nua...<br />

Nua, mostrando toda a beleza de seu corpo, toda a sensualidade animal que havia nele.<br />

— Pelo amor de Deus, Simone... — começou ele a dizer.<br />

Simone riu.<br />

Caminhou para os braços de Jorge e, começando a desabotoar sua camisa, disse:<br />

— Já comecei a encher a banheira, querido... E vou precisar que você esfregue as minhas costas...<br />

Jorge engoliu em seco, já sentindo a violenta excitação que se apossava de seu corpo.<br />

— Assim, nós vamos acabar... — balbuciou.<br />

— Está enganado, querido — ciciou Simone — Nós não vamos acabar coisa nenhuma... Vamos é começar nossa vida...<br />

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