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O Príncipe das Trevas não a deixara engravidar novamente desde que levara seu filho, ainda lá na França, naquele bangalô de<br />

Auvergne...<br />

Sacudiu com energia a cabeça tentando afastar para longe essas lembranças ruins e, apanhando o telefone ligou, pelo telefone<br />

direto, para o escritório do marido.<br />

A voz grave de Tomás atendeu:<br />

— Tomás Camargo...<br />

Jeanne respirou fundo, contou até sete e falou:<br />

— Fico muito feliz em saber que você está bem... E acho que deve estar melhor do que nunca, ao lado de sua amante e de sua filha...<br />

CAPÍTULO 22<br />

Sylvia cuidou de Tomás como se este fosse um adolescente recém-chegado de seu primeiro porre. Depois de um bom banho frio e de<br />

várias xícaras de café forte e amargo, ela o pôs na cama dizendo:<br />

— Agora, Tomás... Você vai dormir. Vai descansar e quando estiver melhor, nós vamos pensar em sua vida. Por enquanto, sua única<br />

obrigação é ficar bom antes que sua filha volte para casa pois eu não vou gostar nem um pouquinho que ela o veja nesse estado.<br />

Tomás dormiu rapidamente.<br />

Dormiu sentindo pela primeira vez em muitos anos, que estava bem, que estava sendo tratado com carinho e que... estava em sua<br />

casa, com alguém que realmente o queria bem.<br />

Despertou na metade do dia seguinte, com uma fome de lobo e uma decisão tomada.<br />

— Não vou voltar para lá — disse ele para Sylvia — Vou ficar aqui, custe o que custar, queira você ou não.<br />

Sylvia ficou preocupada e dividida.<br />

Ter Tomás em casa era a realização de um velho sonho, um sonho que já durava mais de dezoito anos e que ela nem sequer tinha<br />

esperanças de que viesse a se tornar possível. Por outro lado, ela ainda se lembrava muito bem das palavras de Mãe Antônia dizendolhe<br />

que não deveria nem mesmo desejar que aquele homem se tornasse seu marido...<br />

Mas...<br />

Tantos anos depois... Teria ainda alguma importância tudo aquilo? Não teria perdido o efeito a maldição que ela desconfiava haver<br />

sobre sua vida?<br />

De mais a mais, Mãe Antônia dissera naquela ocasião, que Simone era muito pequena para se defender. E Simone já completara seus<br />

dezoito anos! Era uma moça bonita, inteligente e que já demonstrara de muitas maneiras ser absolutamente capaz de fazer sua vida<br />

sozinha, sem depender de mais ninguém.<br />

— O que foi? — indagou Tomás — Não quer que eu venha para cá?<br />

Sylvia forçou um sorriso e disse:<br />

— Não se trata disso, Tomás. Você sabe muito bem que eu sempre quis que isso acontecesse. Mas... Também sempre soube que você<br />

e eu não fazemos parte do mesmo mundo...<br />

— Não fazíamos — corrigiu Tomás — De uns tempos para cá, Jeanne conseguiu me excluir desse universo de que você está falando.<br />

Sorriu e arrematou:<br />

— E acho que eu ajudei um bocado...<br />

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