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A construção de um projeto de educação bilíngue para

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Discordando da professora acima, a consultora Alice Freire via na raiz <strong>de</strong>sses<br />

conflitos, que foram <strong>de</strong>cisivos <strong>para</strong> a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> do <strong>projeto</strong>, <strong>de</strong>savenças <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

pessoal como po<strong>de</strong>mos notar em seu relato:<br />

Eu acho que foi a questão pessoal. “Se eu não gosto <strong>de</strong> você então eu<br />

acabo com o que você quer fazer...” Por que terminar <strong>um</strong> trabalho que<br />

está indo <strong>para</strong> frente, que você encontra <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong> pessoas altamente<br />

motivadas, pessoas que você avalia e vê que são pessoas inteligentes?<br />

Para a professora C 92 o <strong>projeto</strong> não foi <strong>de</strong>scontinuado pela gestão que suce<strong>de</strong>u a <strong>de</strong><br />

Leni Barbosa, o que motivou seu término foi a própria cisão da equipe <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa da instituição como nos faz ver:<br />

(...) <strong>projeto</strong> concreto que eu conheço é o <strong>projeto</strong> da equipe <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa, da proposta que ficou circunscrita à equipe <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa que a Alice Freire foi convidada <strong>para</strong> ser a consultora (...) Até<br />

on<strong>de</strong> sei e acompanhei foi que não houve nada mancomunado do tipo:<br />

“vamos <strong>de</strong>struir esse <strong>projeto</strong>!”. Porque o <strong>projeto</strong> foi muito pouco<br />

trabalhado na própria equipe, que parece que estava cindida...<br />

Em doc<strong>um</strong>ento enviado à Direção Geral e a outros <strong>de</strong>partamentos, os professores<br />

que se antagonizavam ao <strong>projeto</strong> referido apontavam a importância do <strong>projeto</strong> <strong>bilíngue</strong><br />

priorizar também a oralida<strong>de</strong> dos alunos (INES, 2000a), o que é outro indício, segundo<br />

meu ponto <strong>de</strong> vista, da força da tradição oralista, travestida do mo<strong>de</strong>lo <strong>bilíngue</strong> <strong>de</strong> ensino,<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando toda a sorte <strong>de</strong> conflitos. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r esse fato a partir do trecho<br />

que se segue:<br />

(...) é relevante que o <strong>de</strong>senvolvimento do processo ensino-aprendizagem<br />

ocorra via bilinguismo, mas em concomitância com a oralida<strong>de</strong> e outros<br />

recursos que favoreçam, ao educando, a aquisição do conhecimento e<br />

consequentemente a sua competência. Não se <strong>de</strong>ve negar ao aluno o que<br />

lhe é <strong>de</strong> direito (INES, 2000a, p. 1-2)<br />

Para a professora Q 93 , a falta <strong>de</strong> respaldo político por parte da direção <strong>de</strong> Stny<br />

Basílio (1999-2006) e os embates com o grupo <strong>de</strong> língua portuguesa foram os responsáveis<br />

pelo <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> nivelamento ser abortado e com isso, segundo ela, o INES não avançar em<br />

seu ensino <strong>de</strong> português como segunda língua. Seu relato nos <strong>de</strong>u a dimensão do quanto<br />

<strong>um</strong>a parte da equipe <strong>de</strong> língua portuguesa se <strong>de</strong>sgastou em lutas políticas com a intenção<br />

<strong>de</strong> legitimar <strong>um</strong> <strong>projeto</strong> inovador no campo do ensino. Pelo que se sabe, possivelmente, o<br />

92 C é professora do INES e conce<strong>de</strong>u entrevista à autora em 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011.<br />

93 Q é professora do INES e conce<strong>de</strong>u sua entrevista à autora em 21 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2011.<br />

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