08.05.2013 Views

A construção de um projeto de educação bilíngue para

A construção de um projeto de educação bilíngue para

A construção de um projeto de educação bilíngue para

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Foi, portanto, no campo, representado por <strong>um</strong> lugar simbólico on<strong>de</strong> acontecem as<br />

lutas pelo po<strong>de</strong>r simbólico, que os professores do INES, utilizando-se <strong>de</strong> capitais diversos<br />

(acadêmico, social e simbólico) iniciaram o movimento <strong>de</strong> transformações <strong>de</strong><br />

representações do surdo/sur<strong>de</strong>z fazendo uso <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> subversão da concepção<br />

vigente na luta contra o po<strong>de</strong>r hegemônico do <strong>projeto</strong> educativo oralista.<br />

com<br />

Para Bourdieu (2000, p.28-29), o conceito <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r tem estreita ligação<br />

[...] as relações <strong>de</strong> força entre as posições sociais que garantem aos seus<br />

ocupantes <strong>um</strong> quantun suficiente <strong>de</strong> força social – ou <strong>de</strong> capital – <strong>de</strong><br />

modo a que estes tenham a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar nas lutas pelo<br />

monopólio do po<strong>de</strong>r, entre as quais possuem <strong>um</strong>a dimensão capital as que<br />

têm por finalida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finição da forma legítima do po<strong>de</strong>r.<br />

Assim, as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que perpassam o universo educacional do INES na<br />

década <strong>de</strong> 1990, e que dão visibilida<strong>de</strong> ao capital simbólico ac<strong>um</strong>ulado pelo grupo <strong>de</strong><br />

professores e alunos referidos, acontecem n<strong>um</strong> espaço social e histórico on<strong>de</strong> as ações<br />

educacionais se <strong>de</strong>senrolam na arena das disputas políticas pela hegemonia <strong>de</strong> suas<br />

concepções e on<strong>de</strong> agentes sociais que ocupam papeis <strong>de</strong> dominantes, dominados,<br />

conservadores e vanguardistas imprimem lutas que ensejam mecanismos <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong>a or<strong>de</strong>m vigente.<br />

Todo esse movimento cria <strong>um</strong>a relação conflituosa, tensa e complexa que dá<br />

visibilida<strong>de</strong> ao quant<strong>um</strong> social dos agentes escolares. Este é distribuído <strong>de</strong> <strong>um</strong>a maneira<br />

muito diferenciada e a posição <strong>de</strong>sses indivíduos no espaço social <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do vol<strong>um</strong>e e<br />

estrutura do seu capital que está proporcionalmente ligado às oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> jogo nos<br />

campos sociais (BRANDÃO, 2010b).<br />

Cabe <strong>de</strong>stacar que as lutas travadas no campo por agentes que possuem vol<strong>um</strong>es <strong>de</strong><br />

capitais diferentes não são lutas abertamente ofensivas (ainda que alg<strong>um</strong>as o sejam<br />

realmente), porém são permeadas por violência simbólica imputadas aos agentes que<br />

ocupam a posição <strong>de</strong> dominados na relação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

Para De Certeau (2009, p. 93), sujeitos e instituições (incluindo-se as educacionais),<br />

a fim <strong>de</strong> manterem os mecanismos <strong>de</strong> reprodução da or<strong>de</strong>m vigente, fazem uso <strong>de</strong><br />

estratégias que, <strong>para</strong> o autor, po<strong>de</strong>m ser assim entendidas:<br />

(...) o cálculo (ou a manipulação) <strong>de</strong> forças que se torna possível a partir<br />

do momento em que <strong>um</strong> sujeito <strong>de</strong> querer e po<strong>de</strong>r (<strong>um</strong>a empresa, <strong>um</strong><br />

exército, <strong>um</strong>a instituição científica) po<strong>de</strong> ser isolado. A estratégia postula<br />

<strong>um</strong> lugar suscetível <strong>de</strong> ser circunscrito como algo próprio e ser a base <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m gerir as relações com <strong>um</strong>a exteriorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alvos ou<br />

ameaças (os clientes, ou os objetivos e objetos da pesquisa etc).<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!