A construção de um projeto de educação bilíngue para
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1.5. Hipóteses <strong>de</strong> pesquisa<br />
Na pesquisa qualitativa a formulação e verificação das hipóteses não se dão como<br />
<strong>um</strong>a busca por soluções <strong>de</strong>finitivas <strong>para</strong> as questões investigadas. Mais do que isso, essas<br />
pesquisas envolvem<br />
[...] processos nos quais o conhecimento é produzido através da<br />
troca dialógica entre observador e observado; a explicação não é<br />
entendida como verificação objetiva <strong>de</strong> hipótese, mas como <strong>um</strong> processo<br />
<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conhecimento que se adéqua progressivamente através da<br />
interação entre observador e observado (MELUCCI, 2005, p.34).<br />
É com esse olhar que recorreremos ao final da pesquisa às hipóteses formuladas,<br />
abaixo mencionadas:<br />
1. O contexto histórico-social e as condições institucionais no INES, na década <strong>de</strong><br />
1990, não conseguiram fomentar verda<strong>de</strong>iramente <strong>um</strong> campo político <strong>para</strong> que crenças e<br />
currículos, forjados no i<strong>de</strong>ário oralista, fossem transformados <strong>de</strong> fato e pu<strong>de</strong>ssem apontar<br />
<strong>para</strong> a <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo <strong>projeto</strong> na <strong>educação</strong> <strong>de</strong> surdos, o bilinguismo, com<br />
representações a respeito do surdo e da sur<strong>de</strong>z que reverberassem nas práticas pedagógicas<br />
e em todas as instâncias do espaço educacional;<br />
2. Ainda que as condições históricas fossem favoráveis <strong>para</strong> a <strong>construção</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />
nova filosofia na <strong>educação</strong> dos surdos, a <strong>bilíngue</strong>, a instituição não proporcionou as<br />
condições necessárias <strong>para</strong> o prosseguimento dos <strong>de</strong>bates acerca <strong>de</strong>ssas novas propostas<br />
educacionais no cenário escolar;<br />
3. A maioria do corpo docente e discente não concordava com a adoção do <strong>projeto</strong><br />
<strong>bilíngue</strong> <strong>de</strong> <strong>educação</strong> <strong>de</strong> surdos, preferindo operar com a filosofia oralista que era<br />
predominante na instituição há mais <strong>de</strong> <strong>um</strong> século;<br />
4. O <strong>projeto</strong> <strong>bilíngue</strong> foi implantado no INES a partir do movimento protagonizado<br />
por <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong> alunos e professores na década <strong>de</strong> 1990 e encontra eco nas práticas<br />
pedagógicas dos professores.<br />
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