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A construção de um projeto de educação bilíngue para

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manifestarem, pressionando o corpo docente <strong>para</strong> apren<strong>de</strong>r a língua <strong>de</strong> sinais, como<br />

<strong>de</strong>scrito abaixo:<br />

Naquele início dos anos 90, os alunos começavam a reivindicar que os<br />

professores apren<strong>de</strong>ssem a língua <strong>de</strong> sinais, sem a qual permaneceriam<br />

sem escuta e sem condições <strong>de</strong> aprendizagem, sonegados <strong>de</strong> <strong>um</strong> mundo<br />

<strong>de</strong> informações. Desejavam produzir interlocuções reais, rejeitavam as<br />

simulações <strong>de</strong> comunicação estabelecidas e estabilizadas, naturalizadas.<br />

(I<strong>de</strong>m, p.35)<br />

Em 1992, as condições políticas e históricas do INES mudaram: a instituição<br />

passou a ser dirigida por <strong>um</strong>a professora que fazia parte do quadro efetivo <strong>de</strong> funcionários<br />

e permaneceu no cargo até o final <strong>de</strong> 1998.<br />

Segundo o relato <strong>de</strong> Favorito (2006), durante essa gestão, três diretoras <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>partamentos respaldaram alg<strong>um</strong>as ações que forneceram as bases <strong>para</strong> que o i<strong>de</strong>ário<br />

oralista fosse paulatinamente interpelado por <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>bilíngue</strong> <strong>de</strong> <strong>educação</strong> <strong>de</strong> surdos, a<br />

saber:<br />

- Criação do grêmio estudantil em 1993: os alunos se sentiram encorajados <strong>para</strong><br />

reivindicar o uso da língua <strong>de</strong> sinais por toda a comunida<strong>de</strong> escolar e lutar por <strong>um</strong>a<br />

pedagogia mais apropriada às suas características linguísticas;<br />

- Autorização <strong>para</strong> que os surdos apresentassem, no auditório, esquetes teatrais que<br />

tinham a intenção <strong>de</strong> sensibilizar o corpo docente <strong>para</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem da<br />

língua <strong>de</strong> sinais;<br />

- Palestras e cursos com temas diversos <strong>para</strong> formação continuada dos professores;<br />

- Criação da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Acompanhamento da Prática Pedagógica (COAPP);<br />

- Grupos <strong>de</strong> estudo.<br />

Com essas ações, o ambiente no INES aproximava-se cada vez mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates que<br />

refletiam <strong>um</strong>a discussão mundial sobre a <strong>educação</strong> <strong>bilíngue</strong> <strong>para</strong> surdos, pela reivindicação<br />

cada vez mais crescente dos alunos pelo uso da língua <strong>de</strong> sinais, por <strong>um</strong> ensino <strong>bilíngue</strong> e<br />

pela valorização da cultura surda. Nessa efervescência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias foi criado, no ano <strong>de</strong> 1995,<br />

o Comitê Pró-Oficialização da LIBRAS “[...] dando oportunida<strong>de</strong> a alunos e professores <strong>de</strong><br />

entrar em contato com essa luta e seus <strong>de</strong>sdobramentos ainda que a maioria dos docentes<br />

se mantivessem impermeáveis a tal discussão” (I<strong>de</strong>m.,p.38).<br />

Em 1995, <strong>um</strong>a professora que militava nesse movimento ass<strong>um</strong>iu o Departamento<br />

Pedagógico do INES e no ano seguinte outra militante ass<strong>um</strong>iu o Departamento <strong>de</strong> Estudos<br />

e Pesquisas. Como eram professoras que possuíam os mesmos i<strong>de</strong>ais <strong>para</strong> a <strong>educação</strong> <strong>de</strong><br />

surdos possibilitaram a <strong>construção</strong> <strong>de</strong> “[...] <strong>um</strong> movimento coletivo <strong>de</strong> repensar e<br />

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