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A construção de um projeto de educação bilíngue para

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E: Tem várias formas, é <strong>um</strong> caos. Os sistemas educativos, as políticas são inclusivas<br />

também, tem tudo <strong>para</strong> se fazer <strong>um</strong>a escola inclusiva, mas o singular é o que <strong>de</strong>fine a<br />

questão, o singular do professor, o singular do aluno, o singular da família, o singular da<br />

comunida<strong>de</strong> educativa, a lei diz, mas o singular é o que resolve. Então lá tem várias<br />

situações, tem escolas especiais <strong>para</strong> os surdos, tem inclusão <strong>de</strong> alguns surdos, tem tudo<br />

misturado, você não vai conseguir nunca fazer <strong>um</strong> único sistema educativo, não tem como.<br />

G: Anos atrás você falou que a política da inclusão é a politicamente correta...<br />

E: Sim e continuo pensando assim porque as pessoas que estão pensando a inclusão estão<br />

pensando que estão fazendo a coisa certa. Educação <strong>para</strong> todos, nenh<strong>um</strong>a exclusão, o<br />

discurso é politicamente correto e fica muito legal! Só que é <strong>um</strong> discurso que serve <strong>para</strong><br />

falar com os colegas e não <strong>para</strong> falar com o outro, o outro não pe<strong>de</strong> que você fale <strong>de</strong>... Só<br />

singular chega em alg<strong>um</strong> lugar e ele tem que ser acolhido na sua possibilida<strong>de</strong>. Então o<br />

discurso da inclusão é correto, tem existido <strong>um</strong>a grandíssima exclusão geral das<br />

populações latino- americanas e então a gente não po<strong>de</strong> dizer não. Só que as praticas não<br />

se resolvem com essas palavras, as práticas tem a ver com relação e com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se relacionar então me parece que a inclusão não oferece nada, só oferece nada, só oferece<br />

acesso e <strong>de</strong>pois que as pessoas permaneçam como bem pu<strong>de</strong>rem sendo excluídas muitas<br />

vezes no interior da inclusão, então é politicamente correta nesse sentido porque ajuda a<br />

<strong>um</strong> discurso não exclu<strong>de</strong>nte mas não sei quanto tem acompanhado a prática concreta.<br />

G: Voltando ao plano político pedagógico do INES, você acha que ele indicava <strong>um</strong>a<br />

direção política e metodológica <strong>para</strong> o <strong>projeto</strong> <strong>bilíngue</strong> que era i<strong>de</strong>alizado <strong>para</strong> o INES?<br />

E: Uma direção política com certeza, agora, metodológica é muito difícil porque eu queria<br />

<strong>um</strong>a discussão da <strong>educação</strong> <strong>de</strong> surdos na <strong>educação</strong> geral , e na <strong>educação</strong> geral não se fala<br />

do método , se fala das didáticas , se fala das formas do ensino e eu queria discutir<br />

exatamente isso e não discutir o método <strong>bilíngue</strong> que <strong>para</strong> mim não era o método, era <strong>um</strong>a<br />

aproximação, <strong>um</strong>a forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r os ambientes escolares e que as didáticas <strong>de</strong>pois<br />

surgiriam como qualquer outra se a língua <strong>de</strong> sinais fosse a língua da <strong>educação</strong>, então não<br />

tinha por que se pensar em didáticas especiais e metodologias especiais se estava tudo <strong>para</strong><br />

ser feito como qualquer outra <strong>educação</strong>.<br />

G: Então você falava <strong>de</strong> <strong>um</strong>a filosofia <strong>bilíngue</strong>?<br />

E: Eu cheguei a falar disso sim, mas nunca <strong>de</strong> <strong>um</strong> método <strong>bilíngue</strong> que era o que muitas<br />

pessoas no Brasil exigiam da gente, do como se faz, e eu dizia que o problema era a<br />

formação que a gente tem, que a gente não é professor, só é professor <strong>de</strong> surdo, mas se<br />

você apren<strong>de</strong>sse a língua <strong>de</strong> sinais e você soubesse como se ensina matemática nessa<br />

língua e história, literatura, então a formação viraria <strong>um</strong>a formação normal por língua <strong>de</strong><br />

sinais, normal no sentido da formação que qualquer professor recebe. Professor <strong>de</strong> ensino<br />

<strong>de</strong> primeiro grau só que acrescentando a língua <strong>de</strong> sinais no currículo <strong>de</strong> formação e na<br />

hora da prática <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula você saberia então dar aula nessa língua, e não precisaria<br />

mudar tanto, não precisaria <strong>de</strong> tanta metodologia, mas ai foi muito discutido sobre as<br />

crianças especiais terem outros problemas e ai não dava pra fazer nada e eram tantos<br />

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