08.05.2013 Views

A construção de um projeto de educação bilíngue para

A construção de um projeto de educação bilíngue para

A construção de um projeto de educação bilíngue para

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1.3. Metodologia<br />

Para investigar as evidências das ações protagonizadas pelo grupo <strong>de</strong> professores e<br />

alunos do INES, na década <strong>de</strong> 1990, foi <strong>de</strong>senvolvida <strong>um</strong>a pesquisa <strong>de</strong> cunho qualitativo,<br />

apostando-se em <strong>um</strong>a abordagem histórica <strong>para</strong> a interpretação e análise dos dados, em<br />

diálogo estreito com os aspectos sociológicos e políticos que estavam na raiz do<br />

movimento <strong>de</strong>sses agentes escolares, em que foi enfatizado o “[...] universo <strong>de</strong><br />

significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitu<strong>de</strong>s [...]”<br />

(MINAYO, 2010, p.21) que regularam suas ações.<br />

Assim, a metodologia da pesquisa foi construída com base em conexões e<br />

articulações com o quadro teórico selecionado a priori e com as categorias <strong>de</strong> análise que<br />

surgiram como <strong>de</strong>mandas do campo empírico.<br />

Foi partindo, pois, da compreensão da realida<strong>de</strong> h<strong>um</strong>ana vivida socialmente pelos<br />

agentes escolares <strong>de</strong> <strong>um</strong>a instituição educacional que a metodologia foi <strong>de</strong>senhada. Assim,<br />

foram selecionados métodos e técnicas que enfatizaram as narrativas <strong>de</strong>sses agentes sobre<br />

suas vivências e experiências ligadas à memória histórica sobre a década <strong>de</strong> 1990 no INES.<br />

Porém, cabe ressaltar que ainda que tenhamos valorizado os discursos e<br />

doc<strong>um</strong>entos que retrataram <strong>um</strong>a realida<strong>de</strong> específica, sabemos que nenh<strong>um</strong> discurso<br />

po<strong>de</strong>rá ser mais rico e significativo que a realida<strong>de</strong> em si, por isso o pesquisador <strong>de</strong>verá<br />

cercar-se sempre <strong>de</strong> todos os cuidados <strong>para</strong> não tomar como verda<strong>de</strong> absoluta todas as<br />

crenças que os agentes escolares <strong>de</strong>positam em suas “realida<strong>de</strong>s” e confundir suas<br />

percepções, como pesquisador, com a verda<strong>de</strong> científica (MINAYO, 2010).<br />

Nesse sentido, o conceito <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> Pierre Bourdieu muito colaborou <strong>para</strong> a<br />

interpretação do vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> força que circulou no espaço escolar e a sua contribuição <strong>para</strong><br />

que o corpo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias a respeito do <strong>projeto</strong> <strong>bilíngue</strong> pu<strong>de</strong>sse ganhar terreno n<strong>um</strong> cenário<br />

marcado pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>educação</strong> oralista.<br />

Igualmente importante foi o conceito <strong>de</strong> campo, do mesmo autor, que foi utilizado<br />

<strong>para</strong> analisar como os agentes escolares impuseram suas crenças e visões n<strong>um</strong> espaço<br />

simbólico <strong>de</strong> disputas pela hegemonia <strong>de</strong> <strong>um</strong>a filosofia educacional. A partir daí procurou-<br />

se compreen<strong>de</strong>r como as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r foram engendradas no INES, no período referido,<br />

e que condições sócio-históricas e institucionais foram se <strong>de</strong>senhando <strong>para</strong> a entrada <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong>a nova filosofia educacional na instituição.<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!