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A construção de um projeto de educação bilíngue para

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INES foi a primeira escola <strong>de</strong> surdos no Brasil a por em prática <strong>um</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> LP<br />

como L2 <strong>para</strong> surdos.<br />

O fato é que o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> nivelamento das turmas <strong>para</strong> o trabalho do português<br />

como segunda língua foi sendo paulatinamente abandonado pela meta<strong>de</strong> da equipe <strong>de</strong><br />

língua portuguesa e tendo seus conflitos compartilhados com todos os segmentos do<br />

Colégio <strong>de</strong> Aplicação do INES através <strong>de</strong> doc<strong>um</strong>entos 94 escritos pelos dois grupos que se<br />

rivalizavam nessa equipe colaborando <strong>para</strong> que o ambiente institucional se tornasse <strong>um</strong><br />

“barril <strong>de</strong> pólvora”.<br />

O ápice <strong>de</strong>sses conflitos se <strong>de</strong>u na gestão <strong>de</strong> Stny Basílio quando, em 15 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 2000, seis integrantes da equipe <strong>de</strong> língua portuguesa da instituição redigiram <strong>um</strong><br />

manifesto público explicitando todos os conflitos que se instalaram no INES <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

<strong>construção</strong> do <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> ensino do português como segunda língua e a disputa com o<br />

grupo que <strong>de</strong>fendia a volta da seriação em <strong>de</strong>trimento da divisão dos alunos por níveis<br />

linguísticos. Tal manifesto foi a solução encontrada pelas professoras já que “(...)<br />

esgotaram-se no interior da equipe todas as tentativas <strong>de</strong> entendimento (...)” (INES, 2000a,<br />

p. 17). Selecionamos, <strong>para</strong> efeito <strong>de</strong>sse trabalho, trechos que dão visibilida<strong>de</strong> aos embates<br />

vivenciados pelos grupos:<br />

Chegamos ao limite máximo da luta que po<strong>de</strong>ria ser sustentada por seis<br />

profissionais (...) Enten<strong>de</strong>mos que não nos cabe mais apresentar<br />

arg<strong>um</strong>entos. Já o fizemos à exaustão. Já extrapolamos nossos próprios<br />

limites <strong>de</strong> suportar a insistência <strong>de</strong> cinco colegas da equipe que se<br />

recusam a dar continuida<strong>de</strong> a <strong>um</strong> <strong>projeto</strong> já referendado pela instituição.<br />

Basta! Nenh<strong>um</strong> dos arg<strong>um</strong>entos apresentados em <strong>de</strong>fesa a esse trabalho<br />

institucional as sensibilizam (,,,) Queremos <strong>de</strong>ixar claro, no entanto, que<br />

não <strong>de</strong>sistimos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o <strong>projeto</strong> da instituição!!! Não abrimos mão<br />

<strong>de</strong> nossa responsabilida<strong>de</strong> intelectual e profissional <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir sobre os<br />

r<strong>um</strong>os <strong>de</strong>sse trabalho (...) Pedimos sim o apoio dos colegas e que os<br />

dirigentes <strong>de</strong>sta IFE não permitam a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>sse trabalho, que além<br />

<strong>de</strong> estar em consonância com o Projeto Político Pedagógico do INES,<br />

votado por todo o corpo docente, já extrapolou em muito a área <strong>de</strong><br />

atuação dos profissionais <strong>de</strong> português e do próprio INES através da<br />

assistência técnica. Existem dois doc<strong>um</strong>entos com propostas <strong>de</strong> trabalho,<br />

mas apenas <strong>um</strong> <strong>de</strong>les é o <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> português como segunda língua<br />

adotado pela instituição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996 (...) Se com<strong>para</strong>dos, os dois<br />

doc<strong>um</strong>entos não dialogam entre si, porque se fundam em princípios<br />

completamente diferentes! Seria fácil, mas falso dizer que po<strong>de</strong>mos<br />

negociar pontos. Nesse caso, negociar é mutilar, é quebrar a espinha<br />

94 Esses doc<strong>um</strong>entos referem-se ao Projeto <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Português como segunda língua (leitura e escrita)<br />

<strong>para</strong> os segmentos <strong>de</strong> 5ª a 8ª séries e do 2º grau do INES e Projeto Seriação no Ensino <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa no CAP/INES em que cada grupo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u suas concepções <strong>de</strong> ensino através <strong>de</strong> referenciais<br />

teórico-metodológicos. Esses doc<strong>um</strong>entos foram distribuídos <strong>para</strong> os professores do INES acirrando mais<br />

ainda os embates e polarizando ainda mais as posições.<br />

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