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A construção de um projeto de educação bilíngue para

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econstruir o processo educacional vivido até então no INES em direção à <strong>construção</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> <strong>educação</strong> <strong>bilíngue</strong> <strong>para</strong> a instituição (INES, 1998)” (I<strong>de</strong>m, p. 43).<br />

A instituição se associou a quatro universida<strong>de</strong>s públicas <strong>para</strong> <strong>um</strong> intercâmbio<br />

acadêmico na intenção <strong>de</strong> se aproximar dos <strong>de</strong>bates da <strong>educação</strong> geral, além <strong>de</strong><br />

empreen<strong>de</strong>r estudos em direção a <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensino <strong>bilíngue</strong> <strong>para</strong> surdos.<br />

Nos anos <strong>de</strong> 1997 e 1998, o INES começa, então a reconstruir seu <strong>projeto</strong><br />

político-pedagógico, sendo seu eixo norteador a tentativa <strong>de</strong> romper com<br />

as crenças, representações e práticas ouvintistas na <strong>educação</strong> <strong>de</strong> surdos,<br />

produzindo interfaces com a <strong>educação</strong> geral e com a <strong>educação</strong> <strong>de</strong> outras<br />

minorias, estabelecendo vínculos com a escola e a comunida<strong>de</strong> surda e<br />

garantindo aos surdos participação nas discussões e <strong>de</strong>cisões<br />

pedagógicas. (I<strong>de</strong>m, p.44)<br />

Para possibilitar essas ações, <strong>um</strong> consi<strong>de</strong>rável número <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s foi criado. Um<br />

<strong>de</strong>sses <strong>projeto</strong>s teve a assessoria <strong>de</strong> <strong>um</strong> pesquisador da área da sur<strong>de</strong>z, Dr. Carlos Skliar,<br />

que foi convidado <strong>para</strong> colaborar com a <strong>construção</strong> do plano político pedagógico da<br />

instituição. O <strong>projeto</strong> teve como eixo a sur<strong>de</strong>z enquanto diferença e experiência visual,<br />

auxiliando o INES na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>um</strong>a política linguística, em que “[...] ass<strong>um</strong>ia-se a<br />

língua <strong>de</strong> sinais como primeira língua e a língua portuguesa como segunda língua” (I<strong>de</strong>m,<br />

ibi<strong>de</strong>m).<br />

Essa política linguística <strong>de</strong>mandou, por sua vez, dois outros <strong>projeto</strong>s: o <strong>de</strong><br />

monitoria (<strong>de</strong>senvolvido por ex-alunos do INES) com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> disseminar a língua<br />

<strong>de</strong> sinais por todo o espaço escolar e outro <strong>de</strong>stinado à elaboração <strong>de</strong> currículo e<br />

metodologia <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> português como segunda língua <strong>para</strong> surdos, assessorado por<br />

<strong>um</strong>a linguísta especializada no ensino <strong>de</strong> segunda língua, prof. Dra. Alice Freire.<br />

Outras ações se seguiram: criação <strong>de</strong> Fór<strong>um</strong> <strong>de</strong> Educação, Linguagem e Sur<strong>de</strong>z,<br />

organização <strong>de</strong> seminários, a revitalização da Revista Espaço e a criação <strong>de</strong> outras<br />

publicações que refletiam os <strong>de</strong>bates, no mundo e no INES, sobre as propostas <strong>bilíngue</strong>s na<br />

<strong>educação</strong> <strong>de</strong> surdos.<br />

Todo esse processo, como em qualquer instituição, não foi vivido sem<br />

conflito [grifo meu]. N<strong>um</strong>a instituição centenária e com tantos<br />

profissionais, diferentes pontos <strong>de</strong> vista sobre a <strong>educação</strong> <strong>de</strong> surdos<br />

coexistem disputando espaço na agenda política da instituição (I<strong>de</strong>m,<br />

p.47).<br />

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