A construção de um projeto de educação bilíngue para
A construção de um projeto de educação bilíngue para
A construção de um projeto de educação bilíngue para
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
me <strong>de</strong>dicar, vou tentar fazer 15 min. <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o construindo alg<strong>um</strong>a coisa, <strong>um</strong> fato político.<br />
O que eu posso contribuir é com fatos políticos, política eu já <strong>de</strong>cidi que não vou fazer e a<br />
diferença é interessante entre <strong>um</strong>a coisa e outra. A política e o fato político, teoricamente<br />
ele está sustentado por autores muito fortes como Ana Arendt, a (...) que são mulheres que<br />
têm falado muito da diferença entre o político e a política, eu fico do lado do político e não<br />
da política. E eu tenho certeza <strong>de</strong> que a gente fez muitos fatos políticos e que quando<br />
quisemos entrar na política não <strong>de</strong>u certo porque a tendência internacional está indo <strong>para</strong><br />
outro lugar e que a gente não po<strong>de</strong> lutar com as políticas inclusivas que são <strong>um</strong>a tendência<br />
internacional. Mas eu fico muito sem graça pensando <strong>um</strong>a nova política que pensa no<br />
fechamento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a escola, eu não entendo como alguém po<strong>de</strong> acreditar que <strong>um</strong>a nova<br />
política tenha a ver com o fechamento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a escola ou <strong>de</strong> várias escolas. Eu tenho visto<br />
em outras instituições semelhantes ao INES que eles têm reconvertido a escola repensando<br />
outras coisas, centro nacional como o INES foi feito, mas fechar <strong>um</strong>a escola? Eu entendo<br />
que <strong>um</strong>a i<strong>de</strong>ia radical da inclusão tem a ver com a entrada <strong>de</strong> todos os alunos <strong>para</strong> a escola<br />
e então não precisam das escolas especiais, só que a discussão <strong>para</strong> mim foi sempre que a<br />
escola não é a mesma coisa <strong>para</strong> cegos, <strong>para</strong> surdos, <strong>para</strong> <strong>de</strong>ficientes mentais e em muitos<br />
casos eu justifico o fechamento das escolas especiais quando tem grupo <strong>de</strong> indivíduos que<br />
estão sendo injustiçados com <strong>um</strong> diagnóstico e então não se precisa <strong>um</strong>a escola <strong>para</strong><br />
<strong>de</strong>ficientes mentais, eu entendo isso, mas <strong>um</strong>a escola <strong>para</strong> surdos ela tem várias<br />
justificativas e a gente tem que ser muito claro nesse sentido... O acesso à língua é <strong>um</strong>a<br />
<strong>de</strong>las, ponto <strong>de</strong> encontro é outra, criar material, criar <strong>um</strong>a didática <strong>para</strong> outras instituições<br />
também eu acredito nisso, <strong>de</strong>pois a discussão: é o mesmo tipo <strong>de</strong> <strong>educação</strong>? Ensina-se a<br />
mesma coisa em outra língua? E tem muito o que se discutir, claro, mas a escola se surdos<br />
tem que permanecer aberta, mas eu não chamaria <strong>de</strong> escola especial , eu chamaria <strong>de</strong><br />
escola <strong>bilíngue</strong> <strong>para</strong> surdos.<br />
G: Mas <strong>para</strong> existir <strong>um</strong> ensino <strong>bilíngue</strong> seja na escola regular seja na especial é preciso ter<br />
<strong>um</strong>a política linguística e esta <strong>de</strong>ve estar em consonância com a lei <strong>de</strong> LIBRAS. É isso?<br />
E: Na <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> Salamanca havia <strong>um</strong>a nota <strong>de</strong> rodapé dizendo que tinha que se<br />
respeitar a língua <strong>de</strong> sinais dos países e isso eu não sei o que quer dizer, respeitar quer<br />
dizer ser indiferente, respeitar quer dizer que a língua <strong>de</strong> sinais não importa? O sujeito<br />
surdo não tem como criar política linguística, então é preciso a criação <strong>de</strong> mais escolas <strong>de</strong><br />
surdos porque isso dá certo na escola regular... Não é <strong>um</strong> problema porque os surdos são<br />
especiais, é <strong>um</strong> problema porque como o professor da escola regular vai conseguir explicar<br />
alg<strong>um</strong>a coisa <strong>para</strong> as crianças surdas se não tem conversação? Então tudo volta <strong>para</strong> trás,<br />
<strong>para</strong> a questão fundamental, sem conversação não há <strong>educação</strong>, não há jeito <strong>de</strong> começar a<br />
<strong>educação</strong>, então me parece <strong>um</strong>a contradição e eu sempre achei que a lei <strong>de</strong> LIBRAS iria<br />
ser <strong>um</strong> reconhecimento textual, mas que o regimento iria ser na área da inclusão e não na<br />
área da política linguística. Eu achava que iria acontecer o que está justamente<br />
acontecendo, infelizmente.<br />
G: Em Buenos Aires é diferente da realida<strong>de</strong> brasileira? Os surdos são incluídos também?<br />
155