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Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...

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3.2. “A BAHIA AINDA É A BAHIA”<br />

102<br />

Des<strong>de</strong> que Getúlio Vargas subira ao po<strong>de</strong>r, no final <strong>de</strong> 1930, <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong><br />

experimentava os dissabores do distanciamento - que lhe fora imposto - aos círculos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão política na Bahia. O então mais jov<strong>em</strong> <strong>de</strong>putado eleito no Estado 20 seria afastado<br />

<strong>de</strong> sua legislatura <strong>de</strong> maneira abrupta 21 . A instauração da interventoria fe<strong>de</strong>ral na Bahia<br />

prejudicou o alcance <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r do influente grupo capitaneado por seu primo Francisco <strong>de</strong><br />

Góes <strong>Calmon</strong>, que li<strong>de</strong>rava a política baiana <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1924 – tendo, inclusive, conseguido<br />

implantar a candidatura <strong>de</strong> seu aliado Vital Soares como vice-presi<strong>de</strong>nte da República, na<br />

chapa vencedora <strong>de</strong> Júlio Prestes. Mas, naquele outubro <strong>de</strong> 1930 esse projeto iria por terra.<br />

Com o apoio tenentista, Getúlio Vargas assumia o po<strong>de</strong>r nacional, mesmo após ser<br />

<strong>de</strong>rrotado nas urnas. Nos Estados, criou interventorias militares, dissolvendo o mandato<br />

dos governadores. Na Bahia, não foi diferente. Os calmonistas vir-se-iam, <strong>de</strong>ste modo,<br />

obrigados a compor novas articulações 22 .<br />

<strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong> experimentaria ainda outros prejuízos nos anos imediatamente<br />

posteriores ao início do governo getulista. Além <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a legislatura <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado<br />

estadual, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser nomeado para o cargo <strong>de</strong> professor da Escola Normal, conquistado<br />

através <strong>de</strong> concurso público, <strong>em</strong> 1929 23 . Sofreu ainda perdas <strong>de</strong> caráter mais pessoal, com<br />

o falecimento <strong>de</strong> seus primos e padrinhos políticos Góes (1932) e Miguel <strong>Calmon</strong> (1935).<br />

S<strong>em</strong> o cargo <strong>de</strong> professor, e afastado <strong>de</strong> sua legislatura, conseguiu manter o <strong>em</strong>prego no<br />

20 AGUIAR, Pinto <strong>de</strong>. <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>, um enamorado do Brasil. In: BOAVENTURA, Edivaldo M. (org.).<br />

<strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>: vida e glória. Rio <strong>de</strong> Janeiro: T<strong>em</strong>po Brasileiro; Salvador: Secretaria <strong>de</strong> Estado da Educação<br />

e Cultura; Acad<strong>em</strong>ia <strong>de</strong> Letras da Bahia, 1986. p.73.<br />

21 Vargas, ao assumir o po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>cretou a dissolução das Câmaras e dos Senados nacional e estaduais. Cf.<br />

TAVARES, Luís Henrique Dias. História da Bahia. São Paulo: Unesp; Salvador: Edufba, 2001. p.386.<br />

22 CALASANS, José. Miguel <strong>Calmon</strong> Sobrinho e sua Época 1912-1967. Salvador: Museu Eugênio<br />

Teixeira Leal/ M<strong>em</strong>orial do Banco Econômico, 1991; SILVA, Paulo Santos. A Volta do Jogo D<strong>em</strong>ocrático.<br />

Bahia, 1945. Salvador: Ass<strong>em</strong>bléia Legislativa, 1992; Id., Âncoras <strong>de</strong> Tradição: Luta Política, Intelectuais e<br />

Construção do Discurso Histórico na Bahia (1930-1949). Salvador: Edufba, 2000; SKIDMORE, Thomas.<br />

Era <strong>de</strong> Vargas (1930-1945). Brasil: <strong>de</strong> Getúlio a Castelo. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1982; TAVARES,<br />

Luís Henrique Dias. História da Bahia. São Paulo: Unesp; Salvador: Edufba, 2001.<br />

23 O GLOBO. Morre no Rio, aos 82 anos, o historiador <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>.. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 18 jun. 1985. In:<br />

BOAVENTURA, Edivaldo M. (org.). <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>: vida e glória. Rio <strong>de</strong> Janeiro: T<strong>em</strong>po Brasileiro;<br />

Salvador: Secretaria <strong>de</strong> Estado da Educação e Cultura; Acad<strong>em</strong>ia <strong>de</strong> Letras da Bahia, 1986. p.196.

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