Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...

O lançamento de HCB foi, por certo, motivo de regozijo para Pedro Calmon, diante
da importante chancela que levava. Uma edição através da Cia. Editora Nacional tinha
grande valor de reconhecimento, e também garantia uma boa circulação da obra 4 - que
logo se tornou sucesso editorial, alcançando a 3 a . edição já em 1937, com uma tradução
para o espanhol no mesmo ano, e outra para o italiano em 1939 5 . A coroação do sonho e
dos esforços de Pedro Calmon viria logo em 1936, através do ingresso na Academia
Brasileira de Letras - com direito a discurso e fardão oferecido pelo “povo da Bahia” 6 ,
quando se tornou o imortal mais moço que aquela casa já havia conhecido.
Figura 6 – Pedro Calmon 7
Pedro Calmon era então um jovem que pretendia falar aos jovens de sua geração,
servindo-lhes como porta-voz do modelo de nação idealizado pelas classes dirigentes.
4 “Ser editado por Lobato significava, a um só tempo, a garantia do cuidado editorial e a chancela de
aprovação de um intelectual (escritor-editor) reconhecido, consagrado e respeitado. A influência de Lobato
nos círculos intelectuais era tão grande que o carimbo com seu nome, provavelmente, resultaria em
dividendos simbólicos para o autor e seu livro”. Cf.: PASSIANI, Enio. A Construção da Hegemonia:
Monteiro Lobato, Mercado Editorial e Campo Literário no Brasil. I Seminário Brasileiro sobre Livro e
História Editorial – Casa de Rui Barbosa, Nov 2004.
http://www.livroehistoriaeditorial.pro.br/pdf/eniopassiani.pdf .
5 Historia de la Civilizacion Brasileña. Buenos Aires: Ministerio da Justiça e Instrucción Publica, 1937;
Storia della Civiltá Brasiliana. Rio: Tipográfica Italiana, 1939.
6 “O povo da Bahia oferece a Pedro Calmon o fardão da Academia Brasileira de Letras” – era este o título do
impresso circulado em Salvador para angariar fundos para a compra do fardão do escritor. In: 80 Anos de
Pedro Calmon. UFBA: Salvador, 1983. p.15.
7 Posse na Academia Brasileira de Letras, 1936. Fonte: ABL.
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