Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
salões da Acad<strong>em</strong>ia, que a sua fundação fora um equívoco 76 . <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>, se lá esteve,<br />
por certo engrossou o coro das vaias, na <strong>de</strong>fesa da instituição que cuidou dar entrada<br />
alguns anos <strong>de</strong>pois. Foi a partir <strong>de</strong>stas posições que <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong> começou a cont<strong>em</strong>plar<br />
o mundo e a nação que buscou compreen<strong>de</strong>r através da disciplina histórica. A socieda<strong>de</strong><br />
que o circundava, dinâmica e convulsiva, o espreitava expectante, enquanto ele buscava<br />
<strong>de</strong>svendá-la e entendê-la na sua formação e composição, à medida que construía o seu<br />
próprio caminho.<br />
1.4. ESCRAVIDÃO<br />
A escravidão foi assunto recorrente nas publicações <strong>de</strong> <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>, ainda que na<br />
maioria das vezes não fosse o enfoque principal <strong>de</strong> suas apreciações. Mas ao compor o<br />
passado brasileiro não <strong>de</strong>ixou o autor <strong>de</strong> lhe reservar espaço no cenário do dia-a-dia<br />
nacional. O seu julgamento con<strong>de</strong>natório do sist<strong>em</strong>a escravista expressou-se através da<br />
admiração que sentia pelos abolicionistas. Em visita a São Paulo com os colegas da<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito do Rio <strong>de</strong> Janeiro, foi <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong> qu<strong>em</strong> <strong>de</strong>clarou “palavras<br />
repassadas <strong>de</strong> mágoa e exaltação patriótica” junto ao túmulo <strong>de</strong> José Bonifácio, on<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>positaram uma “formosa coroa <strong>de</strong> flores” 77 . Mas o seu abolicionista preferido era o<br />
baiano Castro Alves, a qu<strong>em</strong> gostava <strong>de</strong> citar, e <strong>de</strong>pois cuidou <strong>de</strong> estudar a vida e a<br />
produção literária 78 . Em viag<strong>em</strong> com colegas jornalistas, não dispensou o registro <strong>de</strong> uma<br />
fotografia com a irmã do poeta dos escravos, a qu<strong>em</strong> encontrou fortuitamente <strong>em</strong> um navio<br />
que seguia do Rio <strong>de</strong> Janeiro para a Bahia.<br />
76 Cf. EL FAR, Alessandra. A Encenação da Imortalida<strong>de</strong>: uma análise da Acad<strong>em</strong>ia Brasileira <strong>de</strong> Letras<br />
nos primeiros anos da República (1897-1924). Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. FGV, 2000. p.126 et passin. Ver:<br />
RODRIGUES, João Paulo Coelho <strong>de</strong> Souza. A Dança das Ca<strong>de</strong>iras: literatura e política na Acad<strong>em</strong>ia<br />
Brasileira <strong>de</strong> Letras (1896-1913). 2 a . Ed. Campinas, SP: Ed. Unicamp, CECULT, 2003; VELLOSO, Mônica<br />
Pimenta. Mo<strong>de</strong>rnismo no Rio <strong>de</strong> Janeiro: turunas e quixotes. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. FVG, 1996.<br />
77 GAZETA DE NOTÍCIAS (RJ), 09 jun 1923.<br />
78 História <strong>de</strong> Castro Alves (1947), Castro Alves, o hom<strong>em</strong> e a obra (1973), Castro Alves (1974).<br />
41