Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Já havia então se passado dois anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que Campos lançara a proposta da<br />
escultura. No ano seguinte, <strong>em</strong> 1929, o mesmo jornal faz ampla cobertura do Dia da Mãe<br />
Preta na Bahia, apresentando “numa apoteose majestosa e popular” os festejos<br />
patrocinados pelo Centro Operário Baiano, com direito a “Te Deum” e presença do<br />
“mundo oficial, tendo à frente o sr. governador do Estado, prefeito da capital, secretários, a<br />
imprensa diária pelos vários órgãos e a representação social da Bahia” 102 . <strong>Discursos</strong>,<br />
aplausos, versos, e até mesmo um hino, engran<strong>de</strong>ceram as com<strong>em</strong>orações <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong><br />
à Mãe Preta. A l<strong>em</strong>brança do monumento não faltou:<br />
E o Brasil, a qu<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste a energia<br />
Do teu sangue amoroso e fecundo<br />
Pela pedra ou no bronze, há <strong>de</strong> um dia<br />
Apontar-te ao respeito do mundo<br />
Mãe Preta, por Deus querida<br />
Para o amor e o sofrimento<br />
Já <strong>em</strong> nossa Alma rendida<br />
Tens teu melhor monumento. 103<br />
A participação <strong>de</strong> diferentes grupos sociais nas com<strong>em</strong>orações do 28 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro<br />
na Bahia é festejada por O CLARIM D’ALVORADA, que lutava pela construção <strong>de</strong> “se<br />
criar nesta Pátria imensa um dia <strong>de</strong>stacado à raça negra, essa raça forte e varonil que mais<br />
contribuiu na formação da nossa nacionalida<strong>de</strong>”. O dia da Mãe Preta era visto como um<br />
bom começo. Na visão <strong>de</strong>stes negros ela era sinônimo <strong>de</strong> orgulho, pois “protegeu o Brasil<br />
pequenino”, e <strong>de</strong>u "esperança <strong>de</strong> melhores dias para a nossa raça”. A Mãe Preta, “figura<br />
amorável e dolorosa”, era a inspiração pela “luta <strong>de</strong> civismo e amor” que os negros<br />
<strong>de</strong>senvolviam para integrar<strong>em</strong>-se à socieda<strong>de</strong> pátria. 104<br />
102 O CLARIM D’ALVORADA (SP), 24 nov 1929.<br />
103 Loc. cit.<br />
104 Loc. cit.<br />
50