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Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...

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inclusive, sua interferência nas elaborações <strong>de</strong> Arthur Ramos sobre a rebelião dos malês:<br />

“Ramos talvez se inspirasse alguma coisa <strong>em</strong> <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>” 85 .<br />

124<br />

Malês serviu <strong>de</strong> referência constante sobre o t<strong>em</strong>a do levante, e por isso mereceu a<br />

l<strong>em</strong>brança do historiador Waldir Freitas Oliveira quando do lançamento quase simultâneo<br />

das obras <strong>de</strong> Antônio Monteiro 86 e João José Reis 87 sobre a mesma t<strong>em</strong>ática:<br />

É alentador para os historiadores baianos constatar a retomada dos estudos sobre t<strong>em</strong>a tão<br />

importante para a compreensão do nosso passado. Somam-se os esforços <strong>de</strong>sses dois<br />

autores aos anteriormente feitos por <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>, Clóvis Moura, Pierre Verger, Rolf<br />

Reichert, Vivaldo da Costa Lima e Vânia Alvim [...] 88<br />

Quando Waldir Freitas Oliveira inclui <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong> na lista <strong>de</strong> estudiosos sobre os<br />

malês na Bahia legitimou a importância <strong>de</strong> romance-histórico como fonte <strong>de</strong> referência<br />

sobre o t<strong>em</strong>a, alinhando-o a outros autores que produziram material historiográfico.<br />

A presença <strong>de</strong> um romance-histórico no mundo da historiografia levanta discussões<br />

acerca dos limites entre a história e a literatura. Em Malês, o próprio autor tentou promover<br />

a <strong>de</strong>rrubada da linha divisória entre a história e a ficção, tão tênue na sua obra, ao explicar<br />

que contava a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatos que, para ele, “a trama novelesca apenas seriou e coseu,<br />

para a reconstrução conjectural” 89 . Esta e outras afirmações estão no epílogo do livro, <strong>em</strong><br />

“Nota”, on<strong>de</strong> o autor preten<strong>de</strong>u <strong>de</strong>svincular-se do romance e tecer apenas comentários<br />

historiográficos que só colaboraram com sua narrativa literária. Mas foi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira<br />

página do livro que <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong> promoveu o encontro da ficção e da história na sua<br />

obra:<br />

85<br />

REIS, João José. “Perfis malês: a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> 1835. O caso Luiza Mahin”. In: Rebelião Escrava no<br />

Brasil: a história do levante dos malês <strong>em</strong> 1835. Ed. revista. e ampliada. São Paulo: Cia das Letras, 2003.<br />

p.302.<br />

86<br />

MONTEIRO, Antônio. Notas sobre Negros Malês na Bahia. Salvador, Ianamá, 1987.<br />

87<br />

REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil – A história do levante dos malês, 1835. São Paulo:<br />

Brasiliense, 1986.<br />

88<br />

A TARDE. Salvador, 22 mar 1986. Ressalto que a lista é encabeçada pelo próprio <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>.<br />

89 Malês, p.153.

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