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Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...

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fagulha do progresso e que mobilizariam suas “forças colonizadoras” <strong>em</strong> uma “imensa área<br />

<strong>em</strong> que Portugal, renovando-se, expandiria a sua raça” 50 . Esta raça portuguesa, “produto <strong>de</strong><br />

muitas raças históricas”, é assim caracterizada por <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong> <strong>em</strong> seus tipos: “o<br />

marinheiro das armadas, o colono, camponês loiro do norte <strong>de</strong> Portugal, negociante<br />

moreno, ju<strong>de</strong>u ou mouro, hom<strong>em</strong> d´armas <strong>de</strong> Lisboa”. Eles seriam, <strong>em</strong> geral,<br />

“branquiói<strong>de</strong>s”, <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peramento “nervoso” e “inquieto” - observa o historiador 51 .<br />

Comandantes da civilização, colonizadores, travariam com o índio e com o negro os<br />

contatos que dariam formação a uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> brasileira.<br />

Já os índios, na diferenciação <strong>de</strong> <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>, eram dispostos <strong>em</strong> vários “tipos<br />

antropológicos”, e se dividiam <strong>em</strong> onze grupos, que variavam <strong>em</strong> cores – “havia «abajus»<br />

e «abaunas», claros e escuros”- e inteligências 52 . O mais inteligente, o tupi, que plantava<br />

roças, pescava <strong>em</strong> canoas, construía casas, e estocava alimentos 53 , teria sido o único a<br />

interferir na constituição do caráter nacional – concordando o autor com as <strong>de</strong>finições do<br />

historiador Oliveira Lima 54 .<br />

Os africanos, por sua vez, vindos da Guiné, Congo, Angola, Moçambique, são<br />

apresentados por <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong> como haussás, gêges, minas e congos. Em sua<br />

caracterização, o mulçumano haussá surge <strong>de</strong>finido como um “belo tipo trabalhador”:<br />

“negro altivo, econômico, asseado, guerreiro” 55 . Já os congos teriam sido “indispensáveis<br />

para os trabalhos <strong>de</strong> mineração” 56 ainda que foss<strong>em</strong>, no conjunto, os “pretos <strong>de</strong> pior<br />

qualida<strong>de</strong>”. Os gêges, “fetichistas”, seriam também chamados <strong>de</strong> nagôs, configurando-se<br />

<strong>em</strong> “escravos dóceis” e preferidos para os serviços domésticos, acabando por dar orig<strong>em</strong> à<br />

50 HCB, p.<strong>33</strong>.<br />

51 Ibid., p.23.<br />

52 Loc. cit.<br />

53 HCB, p.25.<br />

54 LIMA, Oliveira. Formação Histórica da Nacionalida<strong>de</strong> Brasileira. 3 a . ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Topbooks;<br />

São Paulo: Publifolha, 2000. p.45.<br />

55 HCB, p.26.<br />

56 Ibid., p.92.<br />

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