Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Discursos Racialistas em Pedro Calmon - 1922/33 - Programa de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
perspectivas mais simpáticas à participação do negro na construção da nacionalida<strong>de</strong>.<br />
Também intelectuais negros, como Edson Carneiro e Abdias do Nascimento, entrariam <strong>em</strong><br />
cena para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a história e a cultura do negro.<br />
Mas, para <strong>Pedro</strong> <strong>Calmon</strong>, o mo<strong>de</strong>lo que estabelecia a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional já estava<br />
feito. O português era a gran<strong>de</strong> estrela da colonização brasileira, e a sua base oferecida na<br />
miscigenação fazia a estrutura mestra do brasileiro. Localizar o mestiço no século XVII<br />
dava-lhe antiguida<strong>de</strong> e legitimida<strong>de</strong>, na sedimentação através dos t<strong>em</strong>pos, até que chegasse<br />
ao século XX apto para enfrentar com sucesso os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> um mundo “civilizado”. O<br />
autor ofereceu à história nacional um mestiço i<strong>de</strong>alizado à luz do eurocentrismo - colono<br />
português “indianizado”, influenciado por “lendas e crenças” africanas. A sua proposta<br />
também teve lugar, haja vista as muitas edições da História da Civilização Brasileira, livro<br />
que ainda lança seus ecos sobre nós 17 . Elaborado para “envolver e orientar a juventu<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />
sua ação no futuro”, e impor-lhes uma “opção i<strong>de</strong>ológica ultraconservadora” - como cita<br />
José Carlos Reis 18 - a obra ganhou até, <strong>em</strong> 1936, uma versão para escola primária. <strong>Pedro</strong><br />
<strong>Calmon</strong>, que pretendia inscrever seu nome entre os gran<strong>de</strong>s, dirigiu-se no prólogo aos<br />
professores, e proclamou a sua missão pedagógica, no “esforço <strong>de</strong> tornar mais amado,<br />
porque melhor entendido, o passado nacional – formar para o seu serviço a mocida<strong>de</strong><br />
lúcida e forte que o fará amanhã” 19 .<br />
<br />
17 Recente a obra teve nova edição publicada pelo Senado Fe<strong>de</strong>ral (2002), e constou na lista <strong>de</strong> sugestão<br />
bibliográfica do edital do processo seletivo para ingresso no Centro Universitário <strong>de</strong> Volta Redonda –<br />
UniFOA17, para o ano <strong>de</strong> 2005, Cf.: Edital publicado <strong>em</strong> 11/04/05, pelo reitor Prof. Jairo Con<strong>de</strong> Jogaib.<br />
Manual do Aluno – Seção IX - DOS PROGRAMAS DO CONCURSO VESTIBULAR. História Geral e do<br />
Brasil. Disponível <strong>em</strong>: http://www.unifoa.edu.br/processo_seletivo/cesefoa/manual/manual.htm. Acesso <strong>em</strong><br />
25 jul 2005.<br />
18 REIS, José Carlos. As I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s do Brasil 2: <strong>de</strong> <strong>Calmon</strong> a Bomfim: a favor do Brasil: direita ou<br />
esquerda? Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. FGV, 2006. p.43.<br />
19 CALMON, <strong>Pedro</strong>. “Carta dos Professores”. In: Pequena História da Civilização Brasileira para a<br />
Escola Primária. 6ª.ed. São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Bahia, Recife, Porto Alegre: Cia Editora Nacional. 1941.<br />
[1ª. Ed. <strong>em</strong> 1934].<br />
139