A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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inclusão de crianças com qualquer diferença e dificuldade na escola dita regular. A<br />
exemplo disso, o depoimento abaixo:<br />
"Eu sou porta<strong>do</strong>ra de deficiência física desde que nasci, meu mari<strong>do</strong><br />
também é, hoje em dia temos muitas facilidades de inclusão na sociedade,<br />
conseguimos trabalho, nos locomovemos com certa facilidade nos lugares<br />
onde já costumamos ir. Porém, para nosso filho com síndrome de Down a<br />
dificuldade para incluí-lo na escola é imensa. Isso que eu sou professora,<br />
conheço a lei e brigo muito para mantê-lo no ensino. O lugar mais difícil<br />
de incluir é na escola, na minha experiência familiar, onde somos três<br />
porta<strong>do</strong>res de deficiência" (Entrevista realizada em set. de 2001).<br />
No cotidiano de instituições que trabalham com porta<strong>do</strong>res de deficiência se apresenta<br />
constantemente a expressão dessa dificuldade de inclusão escolar. Para aqueles que<br />
conseguiram entrar na escola é por vezes difícil permanecer na mesma. Um outro aspecto<br />
considerável a realizar no que tange a questão da inclusão escolar se expressa na<br />
dificuldade de se trabalhar com a inclusão de forma qualificada e não como depósito de<br />
alunos nas salas de aula, sem o devi<strong>do</strong> preparo <strong>do</strong>s professores, sem equipamentos<br />
especializa<strong>do</strong>s e sem estar de acor<strong>do</strong> com as necessárias demandas de cada aluno.<br />
Os governos precisam investir na educação de recursos e não utilizar a “inclusão” como<br />
pretexto para reduzir custos orçamentários na área da educação especial. “Incluir a<br />
educação das crianças especiais dentro da discussão educativa global não significa, então,<br />
incluí-las fisicamente nas escolas comuns, mas hierarquizar os objetivos filosóficos,<br />
ideológicos e pedagógicos da Educação Especial” (SKLIAR, 1999, p.15).<br />
Uma grande e importante polêmica que vem a tona em diversos debates entre<br />
profissionais da área da educação e das demais áreas que se envolvem na questão, remete a<br />
preocupação de que a “inclusão” possa ser igual a um modelo inconseqüente, sem o<br />
preparo que as áreas especializadas sempre tiveram com a educação especial. A segregação<br />
nas práticas institucionais e especialmente nas escolas é secular, portanto será uma tarefa<br />
nada simples de executar, haja vista o despreparo das mesmas diante desta necessidade de<br />
mudança, porém: “... nenhum destes argumentos pode realmente justificar a segregação<br />
<strong>do</strong>s alunos com deficiência ou de qualquer outro aluno da escola regular e da vida<br />
comunitária” (STAINBACK, 1999, p. 433).