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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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exigibilidade de perfeição e de enquadre no padrão social de funcionalidade, fecha os<br />

espaços de expressão das diferentes singularidades. A sociedade se organiza de uma forma<br />

que contraria a própria condição humana, em que não é possível encontrar a padronização e<br />

igualificação. Cada subjetividade humana é <strong>do</strong>tada de um mun<strong>do</strong> rico e singular,<br />

absolutamente único.<br />

Parece haver um conflito fundamental entre as exigências impostas aos sujeitos e às<br />

condições singulares que caracterizam os mesmos. Um ponto fundamental para<br />

problematizar a concepção de ser humano pautada na homogeneização <strong>do</strong>s seres é<br />

considerar o fato da diferença ser constitutiva da humanidade. Tanto a diferença cultural,<br />

étnica, política, quanto à diferença biológica caracterizam a diversidade de possibilidades<br />

de realização individual da condição humana. A questão das deficiências deveria ser vista<br />

ten<strong>do</strong> como referência essa condição de diversidade característica <strong>do</strong> seres. Se assim fosse,<br />

não teria senti<strong>do</strong> a segregação e a exclusão, as quais foram e ainda são submetidas às<br />

pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência e de altas habilidades.<br />

A tese que aqui se apresenta tem como finalidade demonstrar de um la<strong>do</strong>, a vivacidade<br />

que pode produzir cada singularidade em sua diversidade real. Não são alguns seres que são<br />

diferentes de outros. Cada ser possui a sua diferença, sua marca pessoal deveria ser<br />

respeitada e reconhecida no social, por fazer parte da condição de ser humano. De outro<br />

la<strong>do</strong>, pretende-se chegar, com esta tese, à demonstração de que nas relações sociais são<br />

produzidas as interdições inviabilizantes da participação <strong>do</strong>s sujeitos em seu contexto.<br />

O campo social, por vezes, fecha as possibilidades de acesso ao seu meio àqueles que<br />

demonstram mais visivelmente as diferenças. Inúmeras barreiras materiais e simbólicas são<br />

criadas impedin<strong>do</strong> a expressão daqueles considera<strong>do</strong>s "sujeitos diferentes". O imenso<br />

potencial criativo e humano das pessoas porta<strong>do</strong>ras de algum déficit ou de algum talento a<br />

mais se torna uma forma de vida "estranha" que não se enquadra no molde forneci<strong>do</strong> nas<br />

relações sociais. Nesta "estranheza", as dificuldades, apresentadas por uma pessoa<br />

porta<strong>do</strong>ra de deficiência, não são vistas como déficit referente a uma parte específica <strong>do</strong> ser<br />

e sim no ser como um to<strong>do</strong>. Desta forma se percebe o ser como um to<strong>do</strong> deficitário, o que

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