A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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interpretação", que segun<strong>do</strong> o mesmo será "re-interpreta<strong>do</strong>" pelos analistas sociais ou<br />
pelos pesquisa<strong>do</strong>res.<br />
A interpretação social, nessa ótica, será o resulta<strong>do</strong> de uma "re-interpretação" de algo<br />
que já está previamente "pré-interpreta<strong>do</strong>". O interessante, nessa perspectiva, é que a<br />
interpretação das palavras, <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s dessas e das vivências <strong>do</strong>s sujeitos, considera<br />
os senti<strong>do</strong>s atribuí<strong>do</strong>s pelos mesmos. Através das diversas falas que ilustraram a exposição<br />
desta tese, se esteve demonstran<strong>do</strong> esse processo de interpretar o mun<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> pelos seus<br />
diferentes sujeitos. De forma muito expressiva, esses sujeitos, demonstram a interpretação<br />
que construíram sobre suas experiências e seu contexto.<br />
Um outro aspecto a ser considera<strong>do</strong> é o fato de que as hipóteses formuladas pelos<br />
pesquisa<strong>do</strong>res tradicionais são, normalmente, uma formulação resultante de um processo de<br />
acumulação <strong>do</strong> conhecimento teórico e sensível <strong>do</strong> mesmo, em determina<strong>do</strong> campo <strong>do</strong> real.<br />
Há um fundamento prévio, uma teoria precursora que vai desencadear o processo da<br />
pesquisa. Na pesquisa qualitativa, o tom meto<strong>do</strong>lógico será da<strong>do</strong> pela sua “característica<br />
emergente”, ou seja, não serão definidas questões a priori, como no caso das hipóteses.<br />
O início é da<strong>do</strong> pela delimitação de um foco inicial que vai ser defini<strong>do</strong> no decorrer da<br />
investigação. Não estarão defini<strong>do</strong>s, nem determina<strong>do</strong>s, nem estabeleci<strong>do</strong>s previamente os<br />
passos da pesquisa. O foco inicial poderá sofrer alterações transforman<strong>do</strong> assim os rumos<br />
da pesquisa. O foco vai sen<strong>do</strong> mais bem defini<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> processo<br />
de coleta e análise de da<strong>do</strong>s que não se separam, quan<strong>do</strong> começam a emergir determina<strong>do</strong>s<br />
elementos, que, também, se tornam mais freqüentes. É, também chamada de “design”<br />
emergente, a forma, o desenho que vai definin<strong>do</strong> a amostra intencional e configuran<strong>do</strong> os<br />
caminhos da pesquisa. Conforme diz CASTRO:<br />
“A dicotomia entre coleta e análise de da<strong>do</strong>s, característica da<br />
pesquisa tradicional, se transforma. Os <strong>do</strong>is processos são realiza<strong>do</strong>s de<br />
forma simultânea, levan<strong>do</strong> a autodefinição da própria dinâmica <strong>do</strong><br />
processo de pesquisa. À medida que vai se realizan<strong>do</strong> a coleta, vai sen<strong>do</strong><br />
construída a interpretação, até ser alcança<strong>do</strong> um nível de redundância<br />
das informações que indicam que o pesquisa<strong>do</strong>r conseguiu o máximo de<br />
variação possível sobre um da<strong>do</strong> contexto” (1994 p. 56).