A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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suas tramas e inter-relações.<br />
Realiza-se um movimento contínuo de oscilação entre o conjunto e as partes, <strong>do</strong> to<strong>do</strong><br />
através da mediação da parte na localização <strong>do</strong> específico, <strong>do</strong> singular no to<strong>do</strong>. O<br />
materialismo dialético-histórico considera o específico, o singular, o particular, a totalidade.<br />
Considera a atividade concreta <strong>do</strong>s seres humanos, atividade em seu conjunto, em seu<br />
movimento histórico sem isolar as partes. Busca perceber as relações internas <strong>do</strong>s<br />
fenômenos na conexão entre seus elementos.<br />
“... é o movimento <strong>do</strong> to<strong>do</strong> para a parte e da parte para o to<strong>do</strong>, <strong>do</strong><br />
fenômeno para essência e da essência para o fenômeno, da totalidade<br />
para contradição, da contradição para a totalidade, <strong>do</strong> objeto para o<br />
sujeito, <strong>do</strong> sujeito para o objeto” (KOSIK, 1986, p.30).<br />
No dinamismo <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> dialético se considera um outro aspecto fundamental: o<br />
caráter total da atividade humana que indica a ligação entre história <strong>do</strong>s fatos econômicos<br />
sociais e a história das idéias. A realidade social não pode ser recortada em partes<br />
estanques, segmentalizadas, a mesma é dinâmica, complexa, concreta, totalizante.<br />
Aceitan<strong>do</strong> a totalidade, como categoria <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> dialético, se percebe a realidade como<br />
um to<strong>do</strong> estrutura<strong>do</strong>, não caótico, com leis íntimas, que deverão ser desvendadas por<br />
conexões necessárias, que possam mostrar o lugar ocupa<strong>do</strong> pelos fatos no contexto em que<br />
a realidade se apresenta.<br />
Sen<strong>do</strong> assim um fato pode vir a ser compreendi<strong>do</strong>, entretanto, mesmo que to<strong>do</strong>s os fatos<br />
fossem desvenda<strong>do</strong>s, o conjunto deles não indicaria a apreensão da totalidade, que não é a<br />
soma de to<strong>do</strong>s os fatos. A infinitude <strong>do</strong>s aspectos e propriedades da realidade indica que<br />
essa é incognoscível em sua totalidade concreta. O to<strong>do</strong> estrutura<strong>do</strong> não é perfeito, nem<br />
acaba<strong>do</strong>, vai sen<strong>do</strong> cria<strong>do</strong> em um processo que apresenta um movimento em espiral. Para<br />
KOSIK, na concepção <strong>do</strong> materialismo dialético, não se pretende conhecer o quadro total<br />
da realidade, nem to<strong>do</strong>s os aspectos da realidade. A totalidade aparece como categoria de<br />
análise <strong>do</strong> real e suporte meto<strong>do</strong>lógico e o: “... conhecimento de fatos e conjuntos de fatos<br />
vem a ser conhecimento <strong>do</strong> lugar que eles ocupam na totalidade <strong>do</strong> próprio real” (KOSIK,<br />
1986, p41).