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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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Tornou-se habitual perceber, em análises sobre as dificuldades naturais da vida, uma<br />

tendência em ressaltar o la<strong>do</strong> negativo <strong>do</strong> déficit. É um entendimento que centra no sujeito<br />

a patologia e não discute as relações em que o mesmo está inseri<strong>do</strong>. É necessário que as<br />

análises acerca das deficiências possam perceber o contexto e o fato <strong>do</strong> ser humano se<br />

constituir enquanto ser de relações sociais. Nos meandros dessas relações sociais os sujeitos<br />

se constituem, se moldam e se transformam. O fato de a existência humana estar imbricada<br />

na trama de tantas vidas indica que a análise acerca das problemáticas individuais não pode<br />

acontecer dissociada a este movimento rico <strong>do</strong> real e da vida, em sua multiplicidade e em<br />

sua singularidade.<br />

Na situação <strong>do</strong>s porta<strong>do</strong>res de deficiência, há uma série de discriminações que os<br />

colocam na já referida condição de "menoridade" diante <strong>do</strong> padrão de exigência social de<br />

uma "normalidade" irreal e massificada. Situação análoga ocorre com as pessoas que se<br />

encontram na “maioridade”, ou em idades avançadas. Os i<strong>do</strong>sos são outro exemplo de<br />

exclusão, em que a situação não é diferente, no que diz respeito às discriminações.<br />

Nas sociedades ocidentais, o i<strong>do</strong>so não é considera<strong>do</strong> em seu acúmulo de vivências e<br />

conhecimentos, não é respeita<strong>do</strong> em seu desenvolvimento maduro. Cultuam-se ideologias<br />

que ratificam a beleza <strong>do</strong> corpo, a juventude, a perfeição <strong>do</strong>s movimentos físicos, a super<br />

produtividade <strong>do</strong> indivíduo, o conhecimento imediato, o descartável, a lei <strong>do</strong> "mais forte",<br />

"mais esperto", "mais veloz", "mais belo" e da "mais-valia".<br />

A perspectiva simbólica de "menoridade" que é atribuída aos porta<strong>do</strong>res de deficiência<br />

atravessa e permeia o entendimento <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> histórico da<strong>do</strong> à educação especial.<br />

Quan<strong>do</strong> se fala em educação especial, a exemplo <strong>do</strong> que já foi coloca<strong>do</strong> sobre os termos<br />

utiliza<strong>do</strong>s e os nomes destina<strong>do</strong>s às escolas especiais, o que se destaca é uma "educação"<br />

menor, inferior à educação "normal". O traço de "educação menor" se apresenta na<br />

característica de um sistema de ensino que tem sua tônica mais na assistência <strong>do</strong> que na<br />

escolarização.

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