A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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de comunicação têm trata<strong>do</strong> a temática das deficiências, concluin<strong>do</strong> que isso acontece de<br />
maneira preconceituosa, estigmatizante, reforçan<strong>do</strong> a ideologia da normalidade e <strong>do</strong>s<br />
estereótipos (1994 p.64). O porta<strong>do</strong>r de deficiência para ser considera<strong>do</strong>, sociologicamente,<br />
tem que ser “super-herói” e fazer coisas extraordinárias para ser aceito.<br />
AMARAL faz referência a uma análise significativa sobre um famoso desenho,<br />
intitula<strong>do</strong> “Dumbo”. Nessa análise é pontua<strong>do</strong> o fato de Dumbo ser um elefantinho que<br />
nasce com uma deformidade física nas orelhas. Elas são grandes demais em comparação ao<br />
comum <strong>do</strong>s elefantes. Essas orelhas “grandes demais” não foram percebidas pela família<br />
de imediato, até então, o elefantinho era bem aceito e bem quisto por to<strong>do</strong>s. Na ocasião em<br />
que o personagem principal espirra e suas orelhas saem de trás <strong>do</strong> corpo, se abrin<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s<br />
ficam consterna<strong>do</strong>s e começa um processo de rejeição ao mesmo, por parte de to<strong>do</strong>s de seu<br />
convívio (SATOW apud AMARAL, 1994, p.63).<br />
“Dumbo” passa por inúmeras humilhações, zombarias, inclusive pelo fato de seu nome<br />
ter si<strong>do</strong> troca<strong>do</strong>, inicialmente se chamaria Jumbo, e, passou em função da deficiência a se<br />
chamar “Dumbo”, que significa tolo, estúpi<strong>do</strong>. O elefantinho passou por um processo de<br />
desconsideração e agressão, em seu ambiente de vida, num circo, que só teve fim quan<strong>do</strong><br />
ele pode voar e se tornou uma estrela, um astro <strong>do</strong> circo. Teve ele, nosso herói, que superar<br />
o comum <strong>do</strong>s mortais, para ser aceito, para ser considera<strong>do</strong> pelo social e assim essa história<br />
infantil teve um final feliz. Pode-se analisar e perceber o estigma coloca<strong>do</strong> na questão da<br />
deficiência, nesse “simples” desenho, muito assisti<strong>do</strong> por crianças em todas as partes <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong>. A aceitação das deficiências passa por um esforço muito grande de auto superação<br />
e superação da própria espécie humana, uma vez que tem que ir além <strong>do</strong>s limites atingi<strong>do</strong>s<br />
por aqueles que simplesmente vivem.<br />
Os desenhos infantis, em geral, estão carrega<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s diversos estigmas que permeiam a<br />
visão da sociedade sobre a deficiência, de vítima à “super-herói”. Ainda valen<strong>do</strong>-se da<br />
análise de AMARAL, várias situações representadas nas estórias assistidas por crianças<br />
demonstram isto, vejamos: um exemplo de quan<strong>do</strong> a idéia subjacente ao filme é a de<br />
“culpabilização da vítima” – ursinhos são castiga<strong>do</strong>s fican<strong>do</strong> mu<strong>do</strong> ou mancos, por falar