A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
98<br />
Onde há toda uma preocupação em assistir a criança muito mais <strong>do</strong> que em investir nas<br />
condições para que ela possa aprender o que deve ser aprendi<strong>do</strong> em uma escola. A<br />
educação especial tem um caráter de "apêndice indesejável" ou obra de pessoas<br />
"abnegadas" que assistem aos "deficientes". O que acontece nessa área é que muitas ações<br />
são realizadas de acor<strong>do</strong> com a "boa vontade" e não em um planejamento político que<br />
projete a inclusão das características peculiares <strong>do</strong>s porta<strong>do</strong>res de deficiência no ensino. A<br />
entrevista abaixo demonstra o aspecto pouco valoriza<strong>do</strong> da<strong>do</strong> a educação:<br />
"Quan<strong>do</strong> a gente vai para o interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> o que se percebe é que há<br />
política pública para o asfalto, para a construção de canteiros de flores,<br />
para as 'coisas da cidade", mas para as pessoas não há políticas públicas.<br />
O ministério público responde por inúmeros processos e multas por lesar<br />
o patrimônio priva<strong>do</strong> daqueles que o tem. Entretanto, quan<strong>do</strong> se trata de<br />
adequar recursos na escola para crianças porta<strong>do</strong>ras de deficiência se<br />
pensa em fazer rifas, gincanas para arrecadar fun<strong>do</strong>s. Infelizmente essa é<br />
a realidade de muitos municípios” (Entrevista realizada em jan.2002).<br />
As escolas por muito tempo tiveram práticas excludentes com ênfase no déficit, não nas<br />
possibilidades e no dinamismo próprio da condição de ser humano. Pensar em uma escola<br />
inclusiva significa considerar a convivência plena entre as diferenças, sem me<strong>do</strong> de incluir<br />
a diversidade e as formas alternativas de aprendizagem. Significa considerar que além <strong>do</strong>s<br />
méto<strong>do</strong>s tradicionalmente conheci<strong>do</strong>s para o ensino outros méto<strong>do</strong>s podem ser usa<strong>do</strong>s,<br />
méto<strong>do</strong>s que correspondam às peculiaridades de sujeitos que não são iguais aos outros. É<br />
importante entender aqui, que não ser igual não significa ser incapaz de aprender.<br />
É muito recente (em países em desenvolvimento) o movimento pela inclusão, data da<br />
década de 90 (século XX), onde começou a ter maior força. Na década de 80 já havia um<br />
movimento incipiente em países desenvolvi<strong>do</strong>s e há uma projeção para os primeiros 10<br />
anos <strong>do</strong> século XXI, o seu desenvolvimento em to<strong>do</strong>s os países (SASSAKI, 1997, p.17). O<br />
<strong>do</strong>cumento da ONU, em relação às pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência, declara que "... a<br />
incapacidade existe em função da relação entre as pessoas deficientes e o seu<br />
ambiente..."(1992, p. 6). Isso demonstra que, de forma internacional, já se faz presente nos<br />
debates, a questão das interdições contextuais, como um fator importante a ser considera<strong>do</strong><br />
na organização das cidades. As barreiras físicas, culturais, sociais, devem ser pensadas