A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
38<br />
Azul (1997) é apresentada uma indagação sobre os da<strong>do</strong>s oficiais <strong>do</strong> IBGE (um <strong>do</strong>s grandes<br />
Institutos Estatísticos Brasileiros). O Censo Demográfico de 1991 refere-se a 1,498% de<br />
PPD, em uma população de 146.815.750 habitantes, ou seja, 2.198.988 são considera<strong>do</strong>s<br />
deficientes. Uma importante questão sobre essa problemática quantitativa é formulada por<br />
um <strong>do</strong>s autores desse relatório, da seguinte forma:<br />
“Se Suécia e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, países desenvolvi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ponto de vista<br />
econômico e com os indica<strong>do</strong>res sociais de qualidade de vida entre os<br />
mais eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, trabalham com percentuais populacionais na<br />
casa <strong>do</strong>s 20%, como explicar que no Brasil, com gravíssimos problemas<br />
econômicos-sociais que possui, tenha-se obti<strong>do</strong> o índice de menos de<br />
1,5%? (LIPPO, 1997, p.149).<br />
O fato <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s para quantificar as pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência serem imprecisos<br />
demonstra a importância de qualificar as pesquisas no senti<strong>do</strong> de uma maior<br />
instrumentalização para apreender o da<strong>do</strong> real. Conforme AMARAL, “nas projeções mais<br />
otimistas são mais de treze milhões as pessoas brasileiras porta<strong>do</strong>ras de deficiência. Se<br />
acrescentarmos <strong>do</strong>is ou três elementos familiares teremos quase que um terço da<br />
população envolvida com a questão!” (1994 p.13). Não é pouco significativo o número de<br />
pessoas diretamente relacionadas com as deficiências/diferenças e, portanto, esta é uma<br />
questão necessária à pauta <strong>do</strong>s debates sociais.<br />
O censo de 2000 (IBGE) apontou para um número de 14,5% da população com algum<br />
tipo de deficiência. Esse percentual causou polêmicas, pois considerou para sua contagem<br />
de pessoas com deficiências visuais totais e parciais. O que foi contesta<strong>do</strong> por algumas<br />
pessoas que consideraram o conceito de deficiência visual muito abrangente e não<br />
concordam que o fato de uma pessoa usar óculos as coloque na condição da "deficiência".<br />
O problema referi<strong>do</strong> quanto à imprecisão <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s quantitativos acontece de igual<br />
forma com a definição <strong>do</strong>s termos, das palavras, da nomenclatura que designa os<br />
porta<strong>do</strong>res de deficiência. Alguns termos, (como será visto no item 2.1), estão a serviço de<br />
uma lógica elitista e excludente, que justifica a “dita normalidade”. O que está em questão,<br />
é a importância de perceber a pessoa porta<strong>do</strong>ra de deficiência como cidadão, sujeito