09.05.2015 Views

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

183<br />

O méto<strong>do</strong> dialético é apropria<strong>do</strong> para captar o evoluir histórico de um fenômeno social<br />

desde seu interior, realizan<strong>do</strong> as conexões necessárias, relacionan<strong>do</strong> as partes entre si e<br />

situan<strong>do</strong>-as na totalidade concreta. Esse méto<strong>do</strong> adentra no “âmago” de um fenômeno, em<br />

busca de sua essência. Sai da superfície e aparências iniciais, não se contentan<strong>do</strong> com a<br />

primeira impressão ou com afirmativas isoladas sobre a contextualidade, procuran<strong>do</strong><br />

entender o dinamismo da realidade social. Propõe-se à crítica e autocrítica constantes.<br />

O fenômeno se apresenta na experiência imediata, separa<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu contexto, <strong>do</strong> seu<br />

significa<strong>do</strong> e de sua essência. O imediatismo e a evidência <strong>do</strong>s fenômenos <strong>do</strong> cotidiano<br />

penetram a consciência <strong>do</strong>s indivíduos, segun<strong>do</strong> KOSIK (1976 p.210). Na relação entre<br />

fenômeno e essência, a essência não se manifesta diretamente aos investiga<strong>do</strong>res porque<br />

fenômeno e essência não se dão ao mesmo tempo.<br />

A essência, apenas sob certos aspectos, de forma parcial, se manifesta no fenômeno. O<br />

fenômeno esconde a essência, ao mesmo tempo em que a indica de alguma maneira. A<br />

“coisa em si”, “a estrutura oculta da coisa” deverá ser desvendada por quem quer<br />

compreender o real. Esse precisará desmontar o caráter imediato e deriva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fenômenos<br />

para explicar o mun<strong>do</strong> de forma crítica e “destruir a pseu<strong>do</strong>concreticidade” que, para<br />

KOSIK, significa o mun<strong>do</strong> das criações fetichizadas.<br />

“.. não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam ou<br />

representam, e tampouco <strong>do</strong>s homens pensa<strong>do</strong>s, imagina<strong>do</strong>s e<br />

representa<strong>do</strong>s para, a partir daí chegar aos homens em carne e osso.<br />

Parte-se <strong>do</strong>s homens realmente ativos e, a partir de seu processo de vida<br />

real, expõe-se também o desenvolvimento <strong>do</strong>s reflexos ideológicos e <strong>do</strong>s<br />

ecos desse processo de vida” (MARX, 1993, p. 37).<br />

A fim de que seja possível adentrar o âmago <strong>do</strong>s fenômenos se faz necessário encontrar<br />

as conexões no mo<strong>do</strong> de vida <strong>do</strong>s sujeitos que vivem e fazem a história da humanidade. O<br />

contexto humano é relacional. Há uma conexão entre os indivíduos sociais e a sociedade.<br />

MARX (1993) parte, em seus pressupostos, da forma como as pessoas organizam os meios<br />

de produzir e reproduzir o necessário para suas vidas, constituin<strong>do</strong> assim sua vida social,<br />

que é essencialmente prática.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!