A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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As pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência e de altas habilidades, por apresentarem suas<br />
diferenças de forma mais visível, sofrem de um brutal processo de exclusão social,<br />
exatamente pelo fato de significarem, também, a expressão da condição de vida real que se<br />
contrapõe a vida social idealizada <strong>do</strong> homem perfeito, em um padrão da dita “normalidade’.<br />
A visibilidade <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s “defeitos” e daquilo que é considera<strong>do</strong> fora <strong>do</strong> padrão de<br />
“normalidade” põe em cheque esse próprio conceito e to<strong>do</strong> o processo social de uma<br />
sociedade histórica e culturalmente organizada para atender e incluir o ser humano<br />
“perfeito”, “normal”, “possui<strong>do</strong>r” e “belo”.<br />
A prática da pesquisa é apresentada, também, em caráter estratégico para que se dê o<br />
processo de fortalecimento de to<strong>do</strong>s aqueles sujeitos envolvi<strong>do</strong>s no processo da<br />
investigação. No desenrolar da investigação, se faz necessário realizar parcerias, com a<br />
finalidade de encontrar novas alternativas para abordar a questão em pauta. Trata-se de um<br />
somatório de forças para atingir um objetivo em comum que é tornar determina<strong>do</strong> lugar um<br />
local de expressão <strong>do</strong> sujeito, enquanto um ser político participativo e <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>do</strong> direito de<br />
estar incluí<strong>do</strong>, de fazer parte, de se presentificar no mun<strong>do</strong> ao qual pertence. Na palavra<br />
chave, transformação, se encontra o propósito <strong>do</strong> processo de trabalho e o próprio senti<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> investigar.<br />
Para que compreender se não for para mudar? Ou melhor, para mudar o real é preciso<br />
conhecê-lo mais concretamente, e por isso é preciso indagá-lo, perscrutá-lo, revisá-lo<br />
constantemente. Nesse senti<strong>do</strong> a prática institucional, cotidiana e social na qual, a<br />
pesquisa<strong>do</strong>ra, se inseriu como trabalha<strong>do</strong>ra e investiga<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> social, deve ser uma prática<br />
sempre revisionada, questionada, desconstituída e reconstruída a fim de que se faça jus ao<br />
movimento dinâmico e contraditório presente na realidade da vida social e subjetiva.<br />
A realidade estruturada e concreta inclui relações ocultas e invisíveis entre os elementos<br />
<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, a serem desvendadas. O que é da<strong>do</strong> ou oculto não significa uma forma eterna de<br />
existência. O que é, pode deixar de ser na fase posterior, consideran<strong>do</strong> a provisoriedade da<br />
história. Para LOWY (1978) o estruturalismo histórico indica a importância da apreensão<br />
das leis ocultas <strong>do</strong> to<strong>do</strong> em sua historicidade.