A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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cultura que aponte para um horizonte de maior amplitude e afirme a diversidade da<br />
condição humana.<br />
Em função dessas concepções acima referidas, as instituições que trabalham nessa área<br />
devem superar o traço histórico <strong>do</strong> protecionismo, <strong>do</strong> assistencialismo e da segregação. No<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio grande <strong>do</strong> Sul, a FADERS, tem ti<strong>do</strong> o papel político de revisar as velhas<br />
práticas e concepções acerca <strong>do</strong> atendimento às deficiências e altas habilidades. Foi criada<br />
uma nova lei, a instituição passa por um reordenamento técnico. Busca adequar-se a nova<br />
proposta de funcionamento a partir de uma construção conjunta entre os profissionais,<br />
pessoas usuárias de seus serviços, entidades de porta<strong>do</strong>res de deficiências e de altas<br />
habilidades, organizações sociais e a sociedade civil em geral.<br />
Apesar de to<strong>do</strong> o movimento que há em torno da mudança de perspectiva sobre a forma<br />
como se deve entender e lidar com as deficiências/diferenças, o trabalho social de<br />
conscientização, organização e capacitação para uma nova práxis social, se constitui ainda<br />
em uma longa caminhada a percorrer. A história apresenta situações que tendem à<br />
cristalização e devi<strong>do</strong> a isso a sua superação pode levar muito tempo para acontecer.<br />
Superar preconceitos, os padrões antigos que são passa<strong>do</strong>s de gerações para gerações, não é<br />
uma tarefa simples e rápida de se concluir.<br />
Determina<strong>do</strong>s padrões historicamente consolida<strong>do</strong>s são como mitos que, uma vez<br />
cria<strong>do</strong>s, prendem as pessoas a sua figura. Pode-se concluir este trabalho recorren<strong>do</strong>, uma<br />
vez mais, a figuras ilustrativas. Uma figura da mitologia grega, o PAN, conheci<strong>do</strong> no<br />
Ocidente pelo nome de diabo, serve aqui para a interpretação da analogia entre o padrão e<br />
mito:<br />
"A figura <strong>do</strong> diabo nos mostra um sátiro – criatura metade homem,<br />
metade bode – dançan<strong>do</strong> ao som da gaita que está seguran<strong>do</strong> com a mão<br />
esquerda. Na mão direita segura <strong>do</strong>is fios, amarra<strong>do</strong>s ao pescoço de duas<br />
pessoas de tamanho menor. Essas pessoas – um homem e uma mulher –<br />
também tem chifres como os <strong>do</strong> sátiro e, embora tenham as mãos e os pés<br />
livres para dançar, estão presos às cadeias <strong>do</strong> me<strong>do</strong> e <strong>do</strong> fascínio pela<br />
música. A cena tem lugar dentro de uma gruta escura. As figuras que<br />
dançam, na realidade são livres se desejarem, pois as mãos estão soltas<br />
para retirar as correntes a qualquer momento. A servidão ao diabo é uma