A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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Aqueles que ficam <strong>do</strong> la<strong>do</strong> oposto da "normalidade" são penaliza<strong>do</strong>s, com a limitação <strong>do</strong>s<br />
méto<strong>do</strong>s de ensino, que não são adequa<strong>do</strong>s à singularidade diversas e não oferecem as<br />
mesmas oportunidades para o aprender.<br />
Existe uma enormidade de casos e pesquisas 7 que comprovam que muitas crianças, após<br />
diagnóstico de algum tipo de déficit, são consideradas pela escola, “potencialmente”<br />
incapazes de se alfabetizarem. Essas são tratadas de mo<strong>do</strong> diferencia<strong>do</strong>, não recebem<br />
estímulo para acompanhar essa aprendizagem. Em condições, como essas, é nega<strong>do</strong> o<br />
direito de aprender, de se desenvolver, de se relacionar com o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s objetos, de<br />
manipular as coisas que estão fora <strong>do</strong> sujeito, mas que na relação com os mesmos, os<br />
constituem.<br />
“Todas as suas relações com o mun<strong>do</strong> - ver, ouvir, cheirar, saborear,<br />
pensar, observar, sentir, desejar, agir, amar -, em suma, to<strong>do</strong>s os órgãos<br />
de sua individualidade, como órgãos que são de forma diretamente<br />
comunal, são, em sua ação objetiva (sua ação com relação ao objeto), a<br />
apropriação desse objeto, a apropriação da realidade humana. A maneira<br />
como eles reagem ao objeto é a confirmação da realidade humana”<br />
(MARX, 1983, p. 120).<br />
O destaque ao pensamento <strong>do</strong> autor acima cita<strong>do</strong> será aqui analisa<strong>do</strong>, no que tange as<br />
relações sujeito-sociedade e sujeito-objeto de comunicação com mun<strong>do</strong>. Primeiramente se<br />
pode entender que os senti<strong>do</strong>s humanos são individuais por fazerem parte de um sujeito<br />
único. Ao mesmo tempo são os senti<strong>do</strong>s também “comunais”, pois ao expressá-los no<br />
mun<strong>do</strong> eles estarão em relação direta com os senti<strong>do</strong>s de outros seres humanos. A<br />
possibilidade de expressar esses senti<strong>do</strong>s, pela manipulação daquilo que é exterior ao<br />
indivíduo, ou seja, <strong>do</strong>s objetos, será justamente aí o ponto no qual reside a consolidação da<br />
“realidade humana”.<br />
7 O Texto de VELHO (1985) apresenta vários exemplos de crianças que sofreram processos de discriminação<br />
e de não investimento em seu potencial cognitivo, por serem porta<strong>do</strong>res de alguma deficiência. O texto de<br />
TOMASINI (1998), de igual forma aponta exemplos, nesse senti<strong>do</strong>. O livro de AMARAL (1994), também<br />
aponta exemplos de crianças que são “diagnosticadas” pelas professoras como incapazes de aprender, sem ao<br />
menos terem ti<strong>do</strong> oportunidade de exercitar sua potencialidade. Na pesquisa de campo, que aqui se apresenta,<br />
no cotidiano profissional se tem feito a escuta de diversos depoimentos nesse senti<strong>do</strong>. Profissionais que<br />
trabalham na área das deficiências têm questiona<strong>do</strong> o sistema de méto<strong>do</strong>s que sempre foram aplica<strong>do</strong>s às<br />
crianças porta<strong>do</strong>ras de deficiência. E, principalmente, a perspectiva que não deposita nenhum crédito no<br />
potencial <strong>do</strong> sujeito.