A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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norma, mais admiravelmente deverá expressar a posse <strong>do</strong> eu subjetivopadrão<br />
se quiser convencer os outros de que o possui (...) (1982 p. 127).<br />
Na linha de raciocínio <strong>do</strong> trecho acima destaca<strong>do</strong> está coloca<strong>do</strong> a tolerância que a pessoa<br />
dever adquirir em relação ao seu contexto e aos "outros" desse contexto. O "outro" aqui é<br />
aquele que está na posição social "correta" em contraposição ao "desvio" apresenta<strong>do</strong> por<br />
quem porta um "estigma". A tolerância que vai significar a capacidade de compreender a<br />
incapacidade, <strong>do</strong> social, de entender que as diferenças e as deficiências não significam a<br />
impossibilidade <strong>do</strong> ser pertencer ao mun<strong>do</strong> humano. O fato dele se diferenciar da "normapadrão",<br />
não o faz menos humano.<br />
O que perpassa a perspectiva, em questão, é a necessidade de ajustamento ao social. Ao<br />
contrário desta visão, atualmente é coloca<strong>do</strong> com ênfase, pelo atual movimento social das<br />
pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência, pela nova política pública para PPD e PPAH, que é a<br />
sociedade que deve se adaptar às singularidades individuais. A "posse <strong>do</strong> eu subjetivo<br />
padrão" é contrariada pelas idéias mais progressistas, que hoje em dia se colocam, acerca<br />
<strong>do</strong> debate da diversidade, como foi demonstra<strong>do</strong> ao longo deste trabalho. A exemplo disso,<br />
se pode apreciar em um trecho da entrevista que segue, o seguinte:<br />
"Um cego para atravessar uma rua precisa de ajuda, mas ajudá-lo não é<br />
sair empurran<strong>do</strong> qualquer cego que se vê pela rua, tem que perguntar<br />
para ele se quer ser ajuda<strong>do</strong> e qual a forma mais adequada de prestar<br />
esta ajuda, só a pessoa pode dizer. O treinamento das pessoas, em geral,<br />
para conhecer as reais necessidades da PPD é fundamental para melhor<br />
a inserção da mesma e o desconhecimento é o maior entrave" (Entrevista<br />
realiza em maio de 2002).<br />
Não se trata de trabalhar com as pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência para que elas<br />
aprendam a entrar na engrenagem social, mas de ampliar os horizontes desta engrenagem.<br />
Só assim se poderá construir uma sociedade verdadeiramente democrática onde se possa<br />
exercer o direito à cidadania. Aproveitan<strong>do</strong> aqui o conceito de cidadania formula<strong>do</strong> por<br />
MARTINELLI (1998, p142-145), situa a cidadania na esfera <strong>do</strong> "pertencimento das<br />
pessoas à sociedade", em contraposição a idéia de cidadania atrelada ao merca<strong>do</strong><br />
econômico e ao poder de consumo. Ser cidadão é poder pertencer ao seu mun<strong>do</strong>, fazer parte<br />
<strong>do</strong> mesmo. A problemática posta na questão das deficiências, no emaranha<strong>do</strong> das relações