A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
81<br />
passam a ser vistas <strong>do</strong> ponto de vista clínico, sen<strong>do</strong> passível ao tratamento médico e ao das<br />
ciências em geral. A deficiência passa a ser tratada no campo médico, embora se tenham<br />
ocorri<strong>do</strong> alguns equívocos. No caso da <strong>do</strong>ença mental, as formulações psiquiátricas de<br />
Pinel (século XIX), por exemplo, indicavam a incurabilidade. A loucura era vista<br />
unicamente <strong>do</strong> ponto de vista fisiológico, tratada de forma orgânica e medicamentosa,<br />
portanto na visão da medicina a loucura foi uma questão de <strong>do</strong>ença, sem outras<br />
possibilidades, sem considerar a possibilidade educativa e as alternativas diversas para o<br />
aprender.<br />
Fechava-se a questão na impossibilidade pelo “déficit intelectual”. Foi uma forma de<br />
perceber e explicar a <strong>do</strong>ença mental que deu base a um modelo, considera<strong>do</strong> por CECCIM,<br />
fatalista unitário e segrega<strong>do</strong>r (1999 p.32). Esse autor destaca as produções científicas <strong>do</strong><br />
início <strong>do</strong> XX, onde pontua que um médico brilhante daquela época, o Dr. ESQUIMOL<br />
(1772-1840), era leitura obrigatória para a formação médica e de profissionais da área,<br />
influencian<strong>do</strong> várias gerações, tinha como uma de suas principais idéias: “... os idiotas são<br />
o que virão a ser durante toda a vida” (p.32). Não há alternativa para a aprendizagem,<br />
nesta perspectiva. Os porta<strong>do</strong>res de deficiência mental foram considera<strong>do</strong>s incapacita<strong>do</strong>s<br />
para a socialização e para a aprendizagem. Os <strong>do</strong>entes mentais foram denomina<strong>do</strong>s<br />
cretinos, idiotas ou imbecis, e para CECCIM “troca-se a danação divina à condenação<br />
médica” (1999, p.30-31).<br />
Durante to<strong>do</strong> o século XIX e início <strong>do</strong> século XX a questão da educação na área da<br />
deficiência foi tratada de forma muito problemática. Os alunos porta<strong>do</strong>res de deficiência<br />
foram considera<strong>do</strong>s perigosos e prejudiciais ao desenvolvimento da aprendizagem <strong>do</strong>s<br />
demais. Houve uma forte tendência à segregação das crianças que portavam alguma<br />
deficiência. Eram colocadas em alas <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s das grandes instituições sociais, sem<br />
direito ao estu<strong>do</strong>, sofren<strong>do</strong> um controle institucional que as apartavam <strong>do</strong> convívio com<br />
outras crianças, como se fossem indesejáveis à convivência social. Aquelas crianças foram<br />
consideradas perigosas, subversivas à ordem “normal” das contingências da vida <strong>do</strong>s<br />
grupos da sociedade.