A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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Em geral, o argumento utiliza<strong>do</strong> pelos serviços públicos e priva<strong>do</strong> para o não<br />
atendimento das pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência é o fato de "não haver qualificação,<br />
preparo para tanto". Como se a pessoa por portar uma deficiência fosse um ser à parte <strong>do</strong><br />
conjunto humano, precisan<strong>do</strong> de uma tecnologia "tão especial", quanto sua suposta<br />
condição "especial" de ser humano. Isso parece ser um grande resquício da idéia de<br />
excepcionalidade, algo para além ou para aquém <strong>do</strong> humano.<br />
Esse processo está hoje em um embrionário processo de revisão. De outro la<strong>do</strong>, os<br />
profissionais que se "dedicaram" à área específica das deficiências, por serem considera<strong>do</strong>s<br />
requisitos de bondade, estão desqualifica<strong>do</strong>s no aspecto <strong>do</strong> profissionalismo. Os méritos<br />
desses profissionais são interpreta<strong>do</strong>s como habilidade em lidar com uma situação menos<br />
profissional <strong>do</strong> que "humanitária". Aqui acontece uma desvalorização <strong>do</strong> trabalho que é<br />
visto como "capacidade de suportar o déficit" e não como produção de um processo de<br />
trabalho, enquanto tal. Esses aspectos podem ser ilustra<strong>do</strong>s na fala de uma pedagoga da<br />
FADERS:<br />
"Existem muitas frases que já ouvimos para caracterizar o que pensam <strong>do</strong><br />
nosso trabalho, tais como: 'vocês são umas heroínas por abraçar esta<br />
causa; Deus vai recompensar vocês pela dedicação ao trabalho; Ainda<br />
bem que existem pessoas como vocês para realizar esta árdua tarefa'.<br />
Frases como essas demonstram que os profissionais não são respeita<strong>do</strong>s<br />
tanto quanto não há respeito pela condição de cidadão de nossa<br />
clientela. Já é hora de mudar esta história" (seminário realiza<strong>do</strong> em out.<br />
de 2001).<br />
A política pública deve garantir a possibilidade da inclusão, deve penalizar os atos<br />
discriminatórios. O trabalho técnico da FADERS deve estar volta<strong>do</strong> para uma lapidação da<br />
sociedade para se adaptar ao sujeito porta<strong>do</strong>r de deficiência, se trata de um processo de<br />
trabalhar as instâncias sociais, nas diversas ações institucionais e especialmente<br />
extrainstitucionais. Esse é o resulta<strong>do</strong> para o qual se encaminha a síntese <strong>do</strong> debate que<br />
atualmente pode ser trava<strong>do</strong> com aqueles que trabalham com a questão da deficiência.<br />
A política pública e a lei em si não garantem a inclusão, se faz necessário, um trabalho<br />
de face-a-face com as diversas instituições sociais para uma mudança de mentalidade e de<br />
disponibilidade de mudança com a questão em pauta. Nessa perspectiva a FADERS, como