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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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A cultura <strong>do</strong> padrão estético se reproduz numa situação onde os homens cultuam na<br />

feminilidade as normas estabelecidas pelo social para a escolha da parceira. Um homem,<br />

em geral, busca a "perfeição das formas" e dificilmente se colocaria no lugar <strong>do</strong> "cuida<strong>do</strong>r".<br />

Existem exceções para este fato, mas são situações esporádicas, não é o comum, ver um<br />

homem (não porta<strong>do</strong>r de deficiência) como parceiro de uma mulher porta<strong>do</strong>ra de<br />

deficiência. Um casal onde o homem é porta<strong>do</strong>r de deficiência e a mulher não é porta<strong>do</strong>ra<br />

de alguma deficiência, é algo absolutamente comum. E, mesmo os homens que são<br />

porta<strong>do</strong>res de deficiência, geralmente, preferem mulheres que não tenham algum déficit.<br />

"A reabilitação da mulher cega parece muito mais rápida <strong>do</strong> que a <strong>do</strong><br />

homem cego. Parece ser cultural o fato da mulher aceitar melhor as<br />

dificuldades. Um outro fator muito marcante, em nossa experiência destes<br />

anos to<strong>do</strong>s de trabalho na área, é que muitas mulheres videntes casam<br />

com homens cegos, mas os homens videntes raramente aceitam parceiras<br />

cegas. O homem cego também geralmente prefere se unir a uma mulher<br />

vidente" (Seminário realiza<strong>do</strong> em julho de 2001).<br />

O aspecto da função cuida<strong>do</strong>ra e maternal na figura da mulher, que é da cultura, fica<br />

transparente na situação das deficiências em alguns aspectos marcantes que se repetem no<br />

cotidiano da vida social. Uma situação muito freqüente para quem trabalha em instituições<br />

que atendam estas questões é constatar, quase que exclusivamente, a presença da mulher<br />

como responsável por um filho porta<strong>do</strong>r de deficiência. Um discurso muito comum na falas<br />

dessas mulheres é que seus parceiros não aceitaram a condição de uma criança que foge aos<br />

padrões. Percebe-se que é difícil para o homem enfrentar situações que fogem da<br />

"normalidade", como se pode observar: "Quan<strong>do</strong> um filho nasce com alguma diferença<br />

normalmente quem assume é a mãe, o pai quase sempre vai embora, deixan<strong>do</strong> claro que o<br />

motivo é esse" (Seminário realiza<strong>do</strong> em julho de 2001).<br />

Uma outra situação muito comum, nesta mesma linha de dificuldade, é o fato de: "No<br />

caso da cegueira adquirida após o casamento, na maioria das vezes, se acontece com a<br />

mulher há a separação. Ao contrário, se for o homem que adquirir a cegueira, a mulher<br />

permanece ao seu la<strong>do</strong>" (Seminário realiza<strong>do</strong> em julho de 2001). Essas situações peculiares<br />

são demonstrativas de que, de uma certa forma, a cultura molda os comportamentos porque

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