A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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"A ppd deve ser agente ativa. Depende de nós como sujeitos ativos,<br />
reivindicar seus espaços, ocupan<strong>do</strong> aquilo que a sociedade nos nega. Por<br />
vezes as ppd introjetam os sentimentos de impossibilidade que são<br />
coloca<strong>do</strong>s socialmente. A discriminação contra o negro, o índio, a mulher<br />
é reconhecida pela sociedade mais que a questão <strong>do</strong> deficiente. A questão<br />
<strong>do</strong> deficiente ainda se confunde com a questão da assistência versus<br />
cidadania. Não podemos correr o risco de tornar este Fórum, um gueto<br />
das ppd, devemos nos articular com os diversos conselhos que estão na<br />
sociedade. No Fórum já existe uma autocrítica por parte das pessoas<br />
porta<strong>do</strong>ras de deficiência em relação a si mesma, para uma necessidade<br />
de abertura <strong>do</strong> movimento, <strong>do</strong> seu esforço de integração, de superar a<br />
tendência a auto segregação" (Diário de Campo, agosto de 2002).<br />
"O movimento das ppd deve conversar com os diversos órgãos <strong>do</strong> governo<br />
para sugerir adequações segun<strong>do</strong> a demanda das pessoas porta<strong>do</strong>ras de<br />
deficiência e altas habilidades. É um protagonismo necessário, por isso a<br />
importância <strong>do</strong> Fórum destacar esse protagonismo para construção de<br />
um novo olhar sobre a diferença. Nossa grande estratégia é mesmo nosso<br />
protagonismo. O marco constitucional é um avanço que ainda não<br />
garante a inclusão" (Diário de Campo nov.2001).<br />
O sujeito protagonista de sua história é aquele que busca e encontra a possibilidade de<br />
gerenciar sua própria vida, de realizar suas próprias escolhas e decisões. Conforme já foi<br />
dito inúmeras vezes este ideal de protagonismo esteve interdita<strong>do</strong>, pois sempre havia outras<br />
pessoas para falar pelas pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência. Nas instâncias sociais, em geral,<br />
se fala em nome das mesmas, o que caracteriza uma prática tutelar muito comum a essa<br />
situação. Na contraposição a essa vivência de "proteção" se abrem os horizontes de<br />
protagonismo, no qual o sujeito indica os caminhos a serem percorri<strong>do</strong>s por aqueles que<br />
quiserem se agregar a luta por um mun<strong>do</strong> de maior acessibilidade e reconhecimento da<br />
diversidade humana. Nessa perspectiva o Esta<strong>do</strong>, controla<strong>do</strong> pelos cidadãos, num exercício<br />
permanente de participação, é o propulsor dessa proposta.<br />
Se assim fosse, como nesse ideário, to<strong>do</strong>s deveriam fazer parte de uma construção<br />
coletiva <strong>do</strong> projeto político a ser implementa<strong>do</strong> pelas instâncias governamentais. A<br />
concepção de cidadania em pauta no debate da política pública para pessoas porta<strong>do</strong>ras de<br />
deficiência e de altas habilidades está permeada na concepção aqui retratada. Conclui-se,<br />
então, que não se constrói cidadania com benesses, com distribuição de cadeiras de rodas,<br />
com fornecimento de próteses e órteses ou com benefício continua<strong>do</strong> para pessoas<br />
diagnosticadas como "incapazes" ou "inválidas". Devi<strong>do</strong> à segregação histórica desse