09.05.2015 Views

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

141<br />

"A ppd deve ser agente ativa. Depende de nós como sujeitos ativos,<br />

reivindicar seus espaços, ocupan<strong>do</strong> aquilo que a sociedade nos nega. Por<br />

vezes as ppd introjetam os sentimentos de impossibilidade que são<br />

coloca<strong>do</strong>s socialmente. A discriminação contra o negro, o índio, a mulher<br />

é reconhecida pela sociedade mais que a questão <strong>do</strong> deficiente. A questão<br />

<strong>do</strong> deficiente ainda se confunde com a questão da assistência versus<br />

cidadania. Não podemos correr o risco de tornar este Fórum, um gueto<br />

das ppd, devemos nos articular com os diversos conselhos que estão na<br />

sociedade. No Fórum já existe uma autocrítica por parte das pessoas<br />

porta<strong>do</strong>ras de deficiência em relação a si mesma, para uma necessidade<br />

de abertura <strong>do</strong> movimento, <strong>do</strong> seu esforço de integração, de superar a<br />

tendência a auto segregação" (Diário de Campo, agosto de 2002).<br />

"O movimento das ppd deve conversar com os diversos órgãos <strong>do</strong> governo<br />

para sugerir adequações segun<strong>do</strong> a demanda das pessoas porta<strong>do</strong>ras de<br />

deficiência e altas habilidades. É um protagonismo necessário, por isso a<br />

importância <strong>do</strong> Fórum destacar esse protagonismo para construção de<br />

um novo olhar sobre a diferença. Nossa grande estratégia é mesmo nosso<br />

protagonismo. O marco constitucional é um avanço que ainda não<br />

garante a inclusão" (Diário de Campo nov.2001).<br />

O sujeito protagonista de sua história é aquele que busca e encontra a possibilidade de<br />

gerenciar sua própria vida, de realizar suas próprias escolhas e decisões. Conforme já foi<br />

dito inúmeras vezes este ideal de protagonismo esteve interdita<strong>do</strong>, pois sempre havia outras<br />

pessoas para falar pelas pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência. Nas instâncias sociais, em geral,<br />

se fala em nome das mesmas, o que caracteriza uma prática tutelar muito comum a essa<br />

situação. Na contraposição a essa vivência de "proteção" se abrem os horizontes de<br />

protagonismo, no qual o sujeito indica os caminhos a serem percorri<strong>do</strong>s por aqueles que<br />

quiserem se agregar a luta por um mun<strong>do</strong> de maior acessibilidade e reconhecimento da<br />

diversidade humana. Nessa perspectiva o Esta<strong>do</strong>, controla<strong>do</strong> pelos cidadãos, num exercício<br />

permanente de participação, é o propulsor dessa proposta.<br />

Se assim fosse, como nesse ideário, to<strong>do</strong>s deveriam fazer parte de uma construção<br />

coletiva <strong>do</strong> projeto político a ser implementa<strong>do</strong> pelas instâncias governamentais. A<br />

concepção de cidadania em pauta no debate da política pública para pessoas porta<strong>do</strong>ras de<br />

deficiência e de altas habilidades está permeada na concepção aqui retratada. Conclui-se,<br />

então, que não se constrói cidadania com benesses, com distribuição de cadeiras de rodas,<br />

com fornecimento de próteses e órteses ou com benefício continua<strong>do</strong> para pessoas<br />

diagnosticadas como "incapazes" ou "inválidas". Devi<strong>do</strong> à segregação histórica desse

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!