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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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tem um rítimo diferencia<strong>do</strong> para a aprendizagem em relação aos demais, não se<br />

submeten<strong>do</strong> aos padrões e não conseguin<strong>do</strong> se enquadrar no ensino tradicional.<br />

Ao não reconhecer a singularidade destes talentos, por vezes, essas crianças são<br />

relegadas ao aban<strong>do</strong>no e taxadas de “hiperativas”, “agressivas”, “perturba<strong>do</strong>ras da ordem”.<br />

Infelizmente a conseqüência dessa potencialidade não reconhecida e não acolhida em um<br />

espaço de construtividade, acaba sen<strong>do</strong> a utilização <strong>do</strong> potencial para ações autodestrutivas<br />

como organizar tráfico de drogas, assaltos, seqüestros, etc. Semelhante situação acontece<br />

com os chama<strong>do</strong>s “porta<strong>do</strong>res de condutas típicas”, que são conceitualmente considera<strong>do</strong>s<br />

pelo Doc. da Política Nacional de Educação Especial como:<br />

“Emocional e socialmente desajusta<strong>do</strong>s, por terem características de<br />

distúrbios de comportamentos, tais como: agressividade, timidez, me<strong>do</strong>,<br />

obstinação, tiques nervosos entre outros” (1994 p.13).<br />

A prática cotidiana de atendimentos aos sujeitos assim considera<strong>do</strong>s, permite<br />

problematizar esses conceitos e dar uma outra dimensão para essa questão. Pondera-se que<br />

pensar em “condutas típicas” leva a encontrar o que pode permear este conceito, ou o que<br />

pode conectá-lo a outros fatores, outras situações. Partin<strong>do</strong> de um ponto de vista relacional,<br />

pontua-se o aspecto contextual da “diferença em questão”, para situar o significa<strong>do</strong><br />

singular que pode ter para cada sujeito específico, a característica comum aos “porta<strong>do</strong>res<br />

de condutas típicas”.<br />

O dia-a-dia com crianças com tais características revela que o mo<strong>do</strong> de vida desses<br />

usuários <strong>do</strong>s serviços públicos é indica<strong>do</strong>r de complexa rede de outros condicionantes<br />

existenciais, sociais e estruturais. De um la<strong>do</strong> existem determinantes psíquicos que por<br />

vezes, limitam um desenvolvimento considera<strong>do</strong> “adequa<strong>do</strong>” ou deseja<strong>do</strong> pelo meio social.<br />

De outro la<strong>do</strong> há to<strong>do</strong> um contexto em que o sujeito se expressa e se apresenta, que está<br />

subjugan<strong>do</strong>, subestiman<strong>do</strong>, subalternizan<strong>do</strong> a expressão da individualidade. Encontram-se<br />

famílias fragilizadas em suas relações pessoais, desgastadas por um cotidiano esmaga<strong>do</strong>r,<br />

no turbilhão de uma sociedade de consumo e baixos salários, bem como um difícil acesso à<br />

qualidade de vida e de saúde física e mental.

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