09.05.2015 Views

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

58<br />

possível às mesmas se colocarem em situação de grande criatividade e contribuir para o<br />

desenvolvimento da sociedade.<br />

No caso <strong>do</strong>s porta<strong>do</strong>res de autismo, se tem um exemplo, que apesar da limitação<br />

relacional e as ausências freqüentes, pela qual a pessoa passa (o sujeito se ausenta <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>), alguma forma de se colocar no mun<strong>do</strong> acontece. Apresenta-se a seguir o exemplo<br />

de duas histórias trazidas na obra <strong>do</strong> Dr. SACKS, com o objetivo de demonstrar, a<br />

diversidade enquanto condição humana e potencial criativo:<br />

Stephen, um menino que aos 2/3 anos de idade não controlava as mãos, não sentava, não<br />

ficava de pé, não andava e resistia a ficar no colo, não fixava o olhar, se escondia das<br />

pessoas, costumava gritar. Não fazia uso da linguagem, era praticamente mu<strong>do</strong>. Com<br />

diagnóstico de autismo foi para escola especial. Na escola se manteve distante das pessoas,<br />

saia freqüentemente da sala de aula. Jamais brincava com outras crianças ou interagia com<br />

outras pessoas.<br />

O referi<strong>do</strong> menino se mantinha alheio a to<strong>do</strong>s e a tu<strong>do</strong> que o cercava. Não tolerava<br />

frustrações e reagia a elas com gritos. Aos cinco anos se mostrava fascina<strong>do</strong> por figuras e<br />

as ficava contemplan<strong>do</strong> por longo tempo. Em seguida começou a desenhar, desenhava<br />

quase que em tempo integral, na escola. Aos sete anos desenhava de forma fantástica,<br />

desenhos sofistica<strong>do</strong>s, com <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> traça<strong>do</strong>. Totalmente isola<strong>do</strong> ele parecia aprender<br />

por si só as técnicas de desenho ou como se as possuísse de forma inata. Tinha uma<br />

prodigiosa memória visual, era capaz de apreender os edifícios mais complexos. Mostrava<br />

capacidade de aprender, guardar e reproduzir os modelos visuais, auditivos, motores e<br />

verbais mais complexos, aparentemente sem levar em conta seu contexto.<br />

Aos treze anos Stephen estava famoso na Inglaterra pelos desenhos que fazia, podia<br />

desenhar com facilidade qualquer rua que tivesse visto, mas seria incapaz de atravessá-la<br />

sozinho, sem ajuda. Poderia ver Londres inteira na imaginação, porém os aspectos humanos<br />

da cidade lhe eram inteligíveis. Não conseguiria manter uma conversa com ninguém. "Foi<br />

médico da área da neuro-psiquiátrica, trabalha nos EUA. Leciona no Albert Einstein College of Medicine

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!