A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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possível às mesmas se colocarem em situação de grande criatividade e contribuir para o<br />
desenvolvimento da sociedade.<br />
No caso <strong>do</strong>s porta<strong>do</strong>res de autismo, se tem um exemplo, que apesar da limitação<br />
relacional e as ausências freqüentes, pela qual a pessoa passa (o sujeito se ausenta <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong>), alguma forma de se colocar no mun<strong>do</strong> acontece. Apresenta-se a seguir o exemplo<br />
de duas histórias trazidas na obra <strong>do</strong> Dr. SACKS, com o objetivo de demonstrar, a<br />
diversidade enquanto condição humana e potencial criativo:<br />
Stephen, um menino que aos 2/3 anos de idade não controlava as mãos, não sentava, não<br />
ficava de pé, não andava e resistia a ficar no colo, não fixava o olhar, se escondia das<br />
pessoas, costumava gritar. Não fazia uso da linguagem, era praticamente mu<strong>do</strong>. Com<br />
diagnóstico de autismo foi para escola especial. Na escola se manteve distante das pessoas,<br />
saia freqüentemente da sala de aula. Jamais brincava com outras crianças ou interagia com<br />
outras pessoas.<br />
O referi<strong>do</strong> menino se mantinha alheio a to<strong>do</strong>s e a tu<strong>do</strong> que o cercava. Não tolerava<br />
frustrações e reagia a elas com gritos. Aos cinco anos se mostrava fascina<strong>do</strong> por figuras e<br />
as ficava contemplan<strong>do</strong> por longo tempo. Em seguida começou a desenhar, desenhava<br />
quase que em tempo integral, na escola. Aos sete anos desenhava de forma fantástica,<br />
desenhos sofistica<strong>do</strong>s, com <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> traça<strong>do</strong>. Totalmente isola<strong>do</strong> ele parecia aprender<br />
por si só as técnicas de desenho ou como se as possuísse de forma inata. Tinha uma<br />
prodigiosa memória visual, era capaz de apreender os edifícios mais complexos. Mostrava<br />
capacidade de aprender, guardar e reproduzir os modelos visuais, auditivos, motores e<br />
verbais mais complexos, aparentemente sem levar em conta seu contexto.<br />
Aos treze anos Stephen estava famoso na Inglaterra pelos desenhos que fazia, podia<br />
desenhar com facilidade qualquer rua que tivesse visto, mas seria incapaz de atravessá-la<br />
sozinho, sem ajuda. Poderia ver Londres inteira na imaginação, porém os aspectos humanos<br />
da cidade lhe eram inteligíveis. Não conseguiria manter uma conversa com ninguém. "Foi<br />
médico da área da neuro-psiquiátrica, trabalha nos EUA. Leciona no Albert Einstein College of Medicine