A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
135<br />
desenvolver atividades com pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência mental no senti<strong>do</strong> de uma<br />
ocupação "mais adulta". Isso significa dizer que o trabalho vai se voltar para atender<br />
aqueles usuários consideran<strong>do</strong> sua capacidade de fazer escolhas, de dizer o que querem<br />
desenvolver em suas atividades.<br />
O espaço propicia<strong>do</strong> vai ser caracteriza<strong>do</strong> como preparação para o trabalho e não mais<br />
como uma escola para crianças grandes, como ocorria no passa<strong>do</strong>. Sen<strong>do</strong> assim, ao invés de<br />
se priorizar atividades festivas (tipo Juninas), a prioridade será promover seminários para<br />
comemorar e debater sobre o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> trabalho. Essas mudanças de prioridades<br />
vão mudan<strong>do</strong> a prática institucional e o senti<strong>do</strong> da<strong>do</strong> à concepção das deficiências. As<br />
pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência mental, em geral eram tratadas, (ainda são) como "eternas<br />
crianças". Os méto<strong>do</strong>s institucionais não avançavam no exercício de uma outra condição,<br />
reduziam a possibilidade criativa a uma menoridade, infantilizan<strong>do</strong> o sujeito.<br />
Na linha de auto análise institucional pode se destacar também o entendimento que quer<br />
romper com a imagem <strong>do</strong>s "profissionais <strong>do</strong> bem" legada aos que trabalham com pessoas<br />
porta<strong>do</strong>ras de deficiência. BRIZOLA (2000, p.188) menciona o fato <strong>do</strong> professor de<br />
educação especial ser caracteriza<strong>do</strong>, como um "indivíduo especial" para o atendimento aos<br />
"especiais", um ser "benevolente e amável". Esse é um olhar lança<strong>do</strong> aos profissionais<br />
dessa área que indicam a descaracterização <strong>do</strong> aspecto profissional, o substituin<strong>do</strong> pela<br />
característica da "bondade", da "boa vontade".<br />
Por detrás da idéia de que é necessário um "<strong>do</strong>m" especial para trabalhar com as<br />
deficiências se colocam questões de desqualificação e superqualificação ao mesmo tempo<br />
desse trabalho, conforme será demonstra<strong>do</strong> no que segue. O que está em pauta nesse<br />
processo é o fato de acontecer uma redução <strong>do</strong>s "possíveis" profissionais que "estão aptos"<br />
para o ofício, apenas os especialistas. Nessa perspectiva os lugares de atendimento, em<br />
geral, sejam na área da saúde, da pedagogia, da psicologia e outras áreas interditam a<br />
possibilidade de atendimento àqueles que são considera<strong>do</strong>s "especiais". A conseqüência da<br />
perspectiva da superespecialização nas áreas das deficiências é a exclusão.