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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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desenvolver atividades com pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência mental no senti<strong>do</strong> de uma<br />

ocupação "mais adulta". Isso significa dizer que o trabalho vai se voltar para atender<br />

aqueles usuários consideran<strong>do</strong> sua capacidade de fazer escolhas, de dizer o que querem<br />

desenvolver em suas atividades.<br />

O espaço propicia<strong>do</strong> vai ser caracteriza<strong>do</strong> como preparação para o trabalho e não mais<br />

como uma escola para crianças grandes, como ocorria no passa<strong>do</strong>. Sen<strong>do</strong> assim, ao invés de<br />

se priorizar atividades festivas (tipo Juninas), a prioridade será promover seminários para<br />

comemorar e debater sobre o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia <strong>do</strong> trabalho. Essas mudanças de prioridades<br />

vão mudan<strong>do</strong> a prática institucional e o senti<strong>do</strong> da<strong>do</strong> à concepção das deficiências. As<br />

pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência mental, em geral eram tratadas, (ainda são) como "eternas<br />

crianças". Os méto<strong>do</strong>s institucionais não avançavam no exercício de uma outra condição,<br />

reduziam a possibilidade criativa a uma menoridade, infantilizan<strong>do</strong> o sujeito.<br />

Na linha de auto análise institucional pode se destacar também o entendimento que quer<br />

romper com a imagem <strong>do</strong>s "profissionais <strong>do</strong> bem" legada aos que trabalham com pessoas<br />

porta<strong>do</strong>ras de deficiência. BRIZOLA (2000, p.188) menciona o fato <strong>do</strong> professor de<br />

educação especial ser caracteriza<strong>do</strong>, como um "indivíduo especial" para o atendimento aos<br />

"especiais", um ser "benevolente e amável". Esse é um olhar lança<strong>do</strong> aos profissionais<br />

dessa área que indicam a descaracterização <strong>do</strong> aspecto profissional, o substituin<strong>do</strong> pela<br />

característica da "bondade", da "boa vontade".<br />

Por detrás da idéia de que é necessário um "<strong>do</strong>m" especial para trabalhar com as<br />

deficiências se colocam questões de desqualificação e superqualificação ao mesmo tempo<br />

desse trabalho, conforme será demonstra<strong>do</strong> no que segue. O que está em pauta nesse<br />

processo é o fato de acontecer uma redução <strong>do</strong>s "possíveis" profissionais que "estão aptos"<br />

para o ofício, apenas os especialistas. Nessa perspectiva os lugares de atendimento, em<br />

geral, sejam na área da saúde, da pedagogia, da psicologia e outras áreas interditam a<br />

possibilidade de atendimento àqueles que são considera<strong>do</strong>s "especiais". A conseqüência da<br />

perspectiva da superespecialização nas áreas das deficiências é a exclusão.

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