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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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Considerar o aspecto prático da vida social é incluir a análise <strong>do</strong> conjunto de<br />

circunstâncias que envolvem a atividade <strong>do</strong>s sujeitos. Perceber a possibilidade de alteração<br />

das atividades é considerar que o sujeito pode introduzir mudanças em sua própria vida e<br />

no contexto social. No cotidiano da vida de cada um os fenômenos se apresentam como se<br />

fossem objetivos, absolutamente reais e concretos. A aparência não é igual à essência. O<br />

méto<strong>do</strong> dialético se propõe a um desmonte, a destruição da aparente “objetividade <strong>do</strong><br />

fenômeno”. Pretende conhecer a verdade <strong>do</strong> fenômeno por detrás de sua aparência. Para se<br />

chegar ao conhecimento da realidade ou a “verdade aproximativa” desta realidade, se faz<br />

necessário, deslocar os fatos <strong>do</strong> seu contexto real, isolan<strong>do</strong>-os e tornan<strong>do</strong>-os independentes.<br />

KOSIK (1976, p.15), denomina de decomposição <strong>do</strong> to<strong>do</strong> o movimento da investigação<br />

em que cada elemento <strong>do</strong> objeto em estu<strong>do</strong>, suas reificações, suas transformações, devem<br />

ser compreendidas a partir de sua situação no conjunto. Desconsideram-se tanto conceitos<br />

gerais quanto fatos puramente individuais. O desmonte é aproximativo, pois, a realidade é<br />

complexa o bastante para possibilitar a análise <strong>do</strong> conjunto <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s concretos, mesmo<br />

com o objeto desmonta<strong>do</strong>. O que acontece são aproximações sucessivas “no vai e vem<br />

permanente entre o to<strong>do</strong> e as partes” (GOLDMANN, 1986, p.36).<br />

Vai-se avançan<strong>do</strong> no conhecimento geral <strong>do</strong>s fatos à medida que se melhor conhece seus<br />

elementos, assim será possível, o retorno “ao conjunto de maneira operatória”. Para<br />

compreender o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s fatos <strong>do</strong> real e sua estrutura é preciso tomar distância <strong>do</strong>s<br />

mesmos e submetê-los à própria prática: “o homem só conhece a realidade na medida em<br />

que ele cria a realidade humana e se comporta antes de tu<strong>do</strong> como ser prático”<br />

(GOL<strong>DA</strong>MANN, 1986, p.22).<br />

No caráter prático indica<strong>do</strong> acima está também o caráter concreto que sugere a<br />

descoberta <strong>do</strong> homem que vive a sua vida diária, por detrás da realidade reificada e da<br />

cultura <strong>do</strong>minante. Para se chegar a este concreto, é preciso negar a imediaticidade, a<br />

“concreticidade sensível”, ou seja, o conhecimento que se tem no momento inicial de<br />

aproximação com as situações que se colocam no cotidiano, aprofundan<strong>do</strong> as primeiras<br />

impressões e in<strong>do</strong> em busca <strong>do</strong>s desvendamentos necessários das obscuridades <strong>do</strong> real, de

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