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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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atravessa a subjetividade das pessoas ten<strong>do</strong> uma conseqüência direta na materialidade de<br />

seu mo<strong>do</strong> de viver.<br />

Embora haja uma força propulsora no movimento das relações sociais para que as coisas<br />

não sejam sempre as mesmas, a tendência a reprodução é um fato. Todavia, a criatividade<br />

humana ultrapassa to<strong>do</strong>s os limites e nas mais diversas situações é sempre possível<br />

transformar o real. Na situação particular <strong>do</strong>s sur<strong>do</strong>s, por exemplo, existe uma forma<br />

peculiar de viver essa singularidade que não se enquadra na forma comum de oralidade que<br />

está presente no tipo de comunicação que se estabelece em nossa sociedade, como já foi<br />

aborda<strong>do</strong> no capítulo <strong>do</strong>is.<br />

O mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ouvintes, da comunicação oral não é um mun<strong>do</strong> acessível àqueles que têm<br />

um déficit auditivo e não podem ouvir. Entretanto, estes sujeitos pelo fato de não poderem<br />

ouvir não estão impossibilita<strong>do</strong>s de se comunicarem com o mun<strong>do</strong>, desde que a<br />

comunicação possa se dar de formas alternativas, peculiares, adequadas a estas<br />

singularidades.<br />

"O que é mais interessante sobre as crianças surdas não é o fato de que<br />

seus ouvi<strong>do</strong>s não funcionam, mas a rapidez com que aprendem através de<br />

formas visuais da linguagem quan<strong>do</strong> têm oportunidade. Contu<strong>do</strong>, a<br />

educação para as crianças surdas ainda está centrada basicamente na<br />

condição de seus ouvi<strong>do</strong>s e não nos caminhos abertos a seu aprendiza<strong>do</strong>"<br />

(WRIGLEY, 1996, p.100).<br />

O limite para o conhecimento e a inserção esteve nas imposições e concepções sociais<br />

que os impediram, em um determina<strong>do</strong> tempo histórico, de exercer sua singularidade. Ou<br />

seja, se eles uma vez sur<strong>do</strong>s, não podem se valer da linguagem oral (padrão), criam uma<br />

linguagem própria, a <strong>do</strong>s sinais e gestos. Tal linguagem deve ser incluída nos processos<br />

sociais o que implica em se transformar em uma linguagem aceita, considerada e não<br />

apenas utilizada em lugares restritos e em contextos específicos.<br />

“A surdez, como déficit biológico, não priva os sur<strong>do</strong>s da faculdade da linguagem, mas<br />

total ou parcialmente, da língua oral” (SKLIAR, 1999, p.127). Se esta sociedade<br />

possibilitasse a coexistência de uma linguagem alternativa adequada às peculiaridades de

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