A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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inclua em determina<strong>do</strong>s projetos ou programas governamentais e receba um "benefício",<br />
ela necessitará comprovar um esta<strong>do</strong> de debilitação extrema<strong>do</strong>. Caso contrário o sujeito<br />
estará impossibilita<strong>do</strong> de participar <strong>do</strong>s programas institucionais. Essa é uma situação que<br />
está colocada na dinâmica de uma sociedade altamente excludente e que segun<strong>do</strong><br />
CARRETEIRO trabalha com a "pulsão de morte" em detrimento da "pulsão de vida" nos<br />
meandros de suas instituições que atendem à Seguridade Social.<br />
"As instituições podem oferecer aos indivíduos 'projetos-<strong>do</strong>ença' e estes<br />
podem aceitá-los para ter legitimada a cidadania e certas condições de<br />
sobrevida. Quan<strong>do</strong> isso acontece as instituições estão sen<strong>do</strong> trabalhadas<br />
pelas pulsões mortíferas que desqualificam a força <strong>do</strong>s sujeitos. Estes,<br />
aceitan<strong>do</strong> o 'projeto-<strong>do</strong>ença', escapam da possibilidade de serem<br />
considera<strong>do</strong>s como 'extranumerários'. (Carreteiro, 2001, p.94).<br />
O reconhecimento institucional se faz em cima da condição <strong>do</strong> "corpo <strong>do</strong>ente" ou<br />
deficiente e aqui se tem no déficit uma tonalidade compensatória e necessária para uma<br />
inclusão institucional. O indivíduo está assinala<strong>do</strong> enquanto "inváli<strong>do</strong>" e, portanto, não<br />
"sobrante" na instituição. Esse é um registro que desconsidera as implicações <strong>do</strong>s<br />
mecanismos sociais que geram as <strong>do</strong>enças, as deficiências, e especialmente que está<br />
geran<strong>do</strong> a necessidade compensatória. Nesse processo há distanciamento da construção da<br />
cidadania e <strong>do</strong> trabalho com potencialidades, uma vez que a tônica é a fragilidade e a<br />
<strong>do</strong>ença para pertencer. Então, são situações em que os indivíduos são leva<strong>do</strong>s a fazer uso de<br />
sua <strong>do</strong>ença, de sua deficiência para conseguir passagem de ônibus, para receber recursos<br />
financeiros. Pessoas que fazem uso de exames de baixa imunidade (no caso de porta<strong>do</strong>res<br />
de HIV - positivo) para a permanência em programas e nas disputas de vagas institucionais.<br />
A reflexão que se faz presente neste momento, remete aos diversos aspectos de<br />
organização social que propiciam a desumanização da vida humana. Por outro, no debate<br />
com as pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência, no tempo presente, é aponta<strong>do</strong> a importância de<br />
se criar espaços institucionais que trabalhem a perspectiva <strong>do</strong> porta<strong>do</strong>r de deficiência que<br />
está capacita<strong>do</strong> para as atividades.<br />
É preciso (re) significar a imagem "<strong>do</strong> deficiente incapacita<strong>do</strong>" e apostar em suas<br />
potencialidades, transforman<strong>do</strong> a imagem da deficiência como <strong>do</strong>ença, na percepção da