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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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"A lei diz que toda a escola não pode discriminar crianças<br />

porta<strong>do</strong>ras de deficiência. Entretanto, na prática as escolas<br />

não têm recursos e não estão prepara<strong>do</strong>s para receber as<br />

diferenças, os professores não estão prepara<strong>do</strong>s para receber<br />

a criança com algum déficit no desenvolvimento ou com<br />

alguma síndrome. As coisas são feitas mais na boa vontade<br />

<strong>do</strong> que com condições estruturadas adequadas" (Entrevista<br />

realizada em jan. de 2002).<br />

Analisan<strong>do</strong> essa fala se pode ilustrar a complexidade da inclusão, que é atualmente uma<br />

afirmação de legislações e declarações internacionais, como tem si<strong>do</strong> aponta<strong>do</strong> ao longo<br />

deste trabalho. Contu<strong>do</strong>, o cotidiano de pessoas com deficiência denuncia o despreparo de<br />

um mun<strong>do</strong> que não foi feito para to<strong>do</strong>s e sua "lógica" de funcionamento ocasiona a<br />

separação entre as pessoas. Para CECCIM (2000), se pode incluir crianças em uma sala de<br />

aula e essa continuar segregada, se ela não for atendida em sua necessidade de expressão.<br />

Para o mesmo, "(des) segregar" é tirar a segregação e essa última é o que tem que ser<br />

altera<strong>do</strong>.<br />

A inclusão pode acontecer, manten<strong>do</strong> a segregação, o que não muda a situação das<br />

pessoas. "Se um aluno negro estiver em sala de aula, mas ninguém falar com ele, se ele não<br />

for solicita<strong>do</strong> a participar, ele continuará segrega<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> grupo onde está incluí<strong>do</strong>"<br />

(Diário de Campo, maio de 2000). A verdadeira inclusão tem que garantir o fim da<br />

segregação, da separação e propiciar como parte de seu movimento, a diversidade.<br />

A grande dificuldade da vivência escolar das crianças porta<strong>do</strong>ras de algum tipo de<br />

deficiência, segun<strong>do</strong> SKLIAR (1999), é resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> “modelo clínico terapêutico”, e<br />

conforme SASSAKI <strong>do</strong> “modelo médico da deficiência” x “modelo social da deficiência”<br />

(1997). Há entre esses "<strong>do</strong>is modelos" um similar limite, que é a ênfase em uma visão<br />

clínica da deficiência. Em uma “obsessão curativa da medicina” não são consideradas as<br />

possibilidades educativas das crianças, a visão está centrada no aspecto "cura-<strong>do</strong>ença".

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