09.05.2015 Views

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

65<br />

WRIGLEY (1996, p.80) traz ao debate a questão acerca <strong>do</strong> que leva uma igreja, uma<br />

nação, uma cultura, uma identidade a se fechar em si mesma definin<strong>do</strong> uma série de<br />

diferenças como hereges, malignas, irracionais, perversas ou destrutivas. A lógica desta<br />

pergunta leva a contraposição da "lógica" que está expressa nas sociedades, onde o<br />

"normal" é discriminar tu<strong>do</strong> aquilo que é distinto. A colocação dessa questão significa<br />

reterritorializar o problema, o situan<strong>do</strong> em outro lugar que não no sujeito e suas diferenças.<br />

O problema reside na relação entre identidade pessoal e ordem social, em uma<br />

conflituosa interação, onde a dinâmica <strong>do</strong> social cria uma ordem estática que não<br />

acompanha a diversidade característica das identidades que querem se expressar no<br />

contexto ao qual pertencem sem poder pertencer. Não há uma solução única para a<br />

dificuldade de comportar no campo social o conjunto das diferenças.<br />

Faz-se necessário superar a antiga visão que reduzia a possibilidade de resposta<br />

aniquilan<strong>do</strong> as possibilidades de expressão da diversidade. Cada nação, através de suas<br />

instituições representativas, produz o lugar da identidade nacional, tal qual sítios<br />

produtivos. Para se tornar "cidadão" se aprende a aceitar a codificação estabelecida nas<br />

relações que estão postas na produtividade sitiada neste locus. O fracasso ou o sucesso será<br />

diretamente proporcional à assimilação da identidade fabricada pela cultura local. A<br />

diferença se torna, assim, um desvio e uma ameaça a esta ordem consolidada no social.<br />

"Em todas as formas de ditaduras estava a onipotência de um olhar<br />

autoconti<strong>do</strong>, um olhar certo de si e da verdade que impunha. Para esse<br />

olhar, o outro não existe, e com seu desaparecimento simbólico,<br />

comunidades são destruídas, direitos individuais são postos em questão,<br />

saberes sociais tornam-se uma ameaça, e o viver, de fato, torna-se um<br />

inferno. Contra essa sombria visão, nossa única alternativa - e nossa<br />

única esperança - é a resistência ativa <strong>do</strong> outro" (JOVCHELOVITCH,<br />

1998, p.82).<br />

A resistência ao conjunto de medidas "autocontidas" que se conjugam a partir das<br />

instituições sociais requer uma avaliação e reflexão permanente. As reações sociais que não<br />

reconhecem o outro como parte <strong>do</strong> conjunto culminam na exterminação das diferenças. Ao<br />

longo da história, como será visto no próximo capítulo, se viveu sob a égide <strong>do</strong> extermínio<br />

das deficiências. Contu<strong>do</strong>, tenha si<strong>do</strong> o aniquilamento das deficiências e diferenças uma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!