A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
122<br />
se que posteriormente ao tempo da eliminação (em algumas culturas) das pessoas<br />
porta<strong>do</strong>ras de deficiência veio à fase asilar e segrega<strong>do</strong>ra. A superação da fase segregatória<br />
se dá a partir <strong>do</strong> debate em torno da necessária integração <strong>do</strong>s porta<strong>do</strong>res de deficiência no<br />
contexto das relações sociais. As diversas instituições da sociedade começaram a aprender<br />
a lidar com as diferenças de maneira a procurar um conhecimento específico, especializa<strong>do</strong><br />
na área, e assim as instituições passam a se especializar, se tornan<strong>do</strong> “especiais”. Assim<br />
foram surgin<strong>do</strong> à escola especial, as classes especiais, os clubes sociais especiais.<br />
Conforme SASSAKI (1997, p.31), a partir <strong>do</strong> final da década de 60 (<strong>do</strong> século XX)<br />
houve um movimento para integrar as pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência no trabalho, na<br />
família, no lazer, no sistema de ensino. Inicia-se, assim, uma nova abordagem sobre a<br />
questão das diferenças, na qual o objetivo é a inserção <strong>do</strong> porta<strong>do</strong>r de deficiência em seu<br />
contexto de vida. O que vai acontecer, nessas circunstâncias de integração, é uma ruptura<br />
com o velho padrão de exclusão e segregação. Entretanto, existe uma questão importante a<br />
ser ponderada nesse processo:<br />
“A integração constitui um esforço unilateral tão somente da pessoa com<br />
deficiência e seus alia<strong>do</strong>s (a família, a instituição especializada e algumas<br />
pessoas da comunidade que abracem a causa da inserção social), sen<strong>do</strong><br />
que estes tentam torná-la mais aceitável no seio da sociedade”<br />
(SASSAKI, 1997, p.34).<br />
A integração social ainda segue a lógica <strong>do</strong> chama<strong>do</strong> “modelo médico da deficiência”<br />
que ressalta a patologia <strong>do</strong> sujeito, visan<strong>do</strong> sua adaptação ao sistema da sociedade. Nesse<br />
senti<strong>do</strong>, as pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência devem fazer um grande esforço de superação<br />
pessoal para se capacitar ao convívio no meio ambiente. Ainda não se discute a necessária<br />
adaptação da estrutura social, a acessibilidade <strong>do</strong> desenho arquitetônico das cidades e a<br />
importância da ruptura com o padrão de normalidade, instituída pelo conjunto de normas e<br />
valores que regem o mo<strong>do</strong> de organização da sociedade. Em tal perspectiva, os diversos<br />
setores da sociedade ficam isentos ainda de serem repensa<strong>do</strong>s, em sua forma de<br />
organização e em suas práticas para atenderem aos direitos das pessoas porta<strong>do</strong>ras de<br />
deficiência.