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A DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA - Faders - Governo do ...

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O sujeito cria sua realidade humana na conexão de sua vida pessoal à vida social e na<br />

dinâmica relacional com o mun<strong>do</strong>, ou seja, na vida prática. Negar o direito de se<br />

presentificar no mun<strong>do</strong> é uma forma de desumanizar o ser, de esvaziar seu senti<strong>do</strong> de vida.<br />

Justamente esta negativa é uma realidade muito presente para aquelas pessoas que portam<br />

algum tipo de déficit seja físico, sensorial ou mental. A condenação à segregação de<br />

inúmeras pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência é um arbítrio que desconsidera a própria<br />

condição de ser humano, daqueles que são considera<strong>do</strong>s diferentes: “... que se vê refleti<strong>do</strong><br />

na imagem daqueles que o têm como um ser humano não completo ou não completamente<br />

humano” (TOMASINI, 1998, p. 125).<br />

Não ser considera<strong>do</strong> um ser humano por apresentar diferenças, deficiências, déficits nas<br />

áreas <strong>do</strong> desenvolvimento é a demonstração da dificuldade de compreensão acerca da<br />

própria condição humana, por parte daqueles que são humanos e vivem em sociedade. É<br />

estranho pensar que para o ser humano seja tão difícil reconhecer sua própria condição de<br />

diversidade. A história, entretanto, é testemunha desse fato, que se está procuran<strong>do</strong> debater<br />

e demonstrar nesse trabalho: a imensa intolerância com a diversidade como indicativa de<br />

que a referência da igualidade, possa ser para a humanidade um “porto seguro”.<br />

A perspectiva de que to<strong>do</strong>s devem ser iguais é irreal, pode estar a serviço da garantia de<br />

um real estático que não muda, que não se transforma, que não coloca em questão os<br />

padrões estabeleci<strong>do</strong>s e fixa<strong>do</strong>s no campo social. Não estaria aqui uma possível explicação<br />

para o “terror” que causam as diferenças e deficiências? As pessoas porta<strong>do</strong>ras de<br />

deficiência constróem formas alternativas de viver e se desenvolver neste mun<strong>do</strong><br />

padroniza<strong>do</strong>, igualiza<strong>do</strong>. Descobrem to<strong>do</strong>s os dias, formas diferenciadas para se inserirem<br />

no cotidiano da sociedade. Não são iguais, não se enquadram nas freqüências de<br />

desempenho exigidas pela cultura da competitividade comum. Entretanto, não deixam de<br />

criar a história de uma outra forma e demonstrar que a vida também é possível fora das<br />

normas criadas, além da cerca que delineia o que é possível, o que é certo, o que é belo, o<br />

que é a vida.

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