A DIVERSIDADE DA CONDIÃÃO HUMANA - Faders - Governo do ...
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THOMPSON (1995, 175-181), em seu estu<strong>do</strong> sobre os diferentes senti<strong>do</strong>s da cultura,<br />
acentua, denominan<strong>do</strong> de "concepção simbólica", que a análise da cultura pressupõe a<br />
percepção de "camadas de significa<strong>do</strong>s". Significa<strong>do</strong>s esses que os indivíduos estão<br />
"produzin<strong>do</strong>, perceben<strong>do</strong> e interpretan<strong>do</strong>” em ações e expressões diárias. A produção de<br />
uma prática social significativa para os indivíduos se traduz na possibilidade dessa<br />
produção de senti<strong>do</strong> se concretizar nas vivências e trocas entre os sujeitos ou na<br />
impossibilidade disso acontecer.<br />
A produção <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> é reproduzida no cotidiano, ou seja, se cultua os significantes<br />
e a tendência é repeti-los até que seja possível construir novos significa<strong>do</strong>s. A produção da<br />
cultura está imersa em relações de poder e inseridas em contextos históricos-sociais<br />
determina<strong>do</strong>s. Nesses contextos podem estar explícitos ou implícitos relações de poder que<br />
são produzidas e reproduzidas, no meio onde o senti<strong>do</strong> é cria<strong>do</strong> na vivência e a experiência<br />
social se reflete no senti<strong>do</strong>. Cultura e contexto social estão em uma conexão direta, onde a<br />
inter-relação entre ambos é permeada pela estruturada da sociedade.<br />
"Quan<strong>do</strong> relações de poder estabelecidas são sistematicamente<br />
assimétricas, então a situação pode ser descrita como de <strong>do</strong>minação.<br />
Relações de poder são sistematicamente assimétricas quan<strong>do</strong> indivíduos<br />
ou grupos de indivíduos particulares possuem um poder de maneira<br />
estável, de tal mo<strong>do</strong> que exclua - ou se torne inacessível, em grau<br />
significativos a - outros indivíduos ou grupos de indivíduos, não<br />
importan<strong>do</strong> a base sobre a qual esta exclusão é levada a efeito"<br />
(THOMPSON, 1995, p.199-200).<br />
Na temática em questão, acerca da diversidade da condição humana e das deficiências<br />
nesse contexto, a exclusão e o não acesso ao social vêm na esteira da produção simbólica e,<br />
de uma cultura de normalidade que atinge a materialidade <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de vida <strong>do</strong>s grupos<br />
desta sociedade. Um mo<strong>do</strong> de vida, no qual a exclusão é uma tonalidade marcante para<br />
to<strong>do</strong> aquele ser que não corresponde ao molde imagina<strong>do</strong> para as pessoas se enquadrarem.<br />
As relações de poder que permeiam a questão da produção da cultura vão balizar a forma<br />
como os seres se situam na complexidade de seu convívio. O lugar que cada qual vai<br />
ocupar na totalidade da vida em sociedade é aponta<strong>do</strong> por esta construção. Lugar esse que<br />
dá e/ou tira a possibilidade de acesso ao social.