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A Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do Estado - Emerj

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1945 e 1960, pelo advento abrupto e violento da Aids, no exato momentoem que essa geração acabava de conquistar sua liberdade. 5Surgiu, então, de forma bem mais massificada, sobretu<strong>do</strong> para oshomens, o desejo de gerar e de transmitir uma história. Sob esse aspecto,os homossexuais adaptaram-se à conserva<strong>do</strong>ra ideologia familiar de suaépoca: uma estrutura desconstruída, medicalizada, esfacelada, periciada,entregue ao poder materno. Além disso, essa estrutura já escapara àantiga autoridade patriarcal que se buscava – no entanto, em vão – nãorevalorizar, mas restabelecer, fazen<strong>do</strong> com que ela passasse pela quintessênciade uma ordem simbólica imutável.A respeito desse relacionamento homossexual ou homoerótico e<strong>do</strong> projeto de lei existente no Congresso Nacional, de autoria da entãodeputada Marta Suplicy, assevera o ínclito magistra<strong>do</strong> fluminense AntônioCarlos Esteves Torres (TORRES, Antônio Carlos Esteves. União <strong>Civil</strong> – OProjeto. 2003. Inédito):[...] a matéria é excessivamente complexa para permitir conclusõesdefinitivas e lineares. Por enquanto, não será ousa<strong>do</strong>se trouxermos, a título de subtotal, os seguintes da<strong>do</strong>s: a)enquanto estiver nas entrelinhas da Constituição o conceitoorto<strong>do</strong>xo de casamento, união entre seres de sexo diferente,o projeto não terá vida. É absolutamente inconstitucional; b)a hipótese, além de ter de suplantar o impeditivo constitucional,em termos biossociológicos, está longe de ser conceituadacom clareza indiscutível; c) os temores expostos nasjustificativas da proposta bem poderiam ser debela<strong>do</strong>s viade procedimentos já existentes para a preservação <strong>do</strong>s interessescomuns <strong>do</strong>s parceiros, testamento, participação nasaquisições, <strong>do</strong>ações, para efeitos patrimoniais, sen<strong>do</strong> certoque, apenas com a atuação no setor moral, psicológico, social,podem-se obter resulta<strong>do</strong>s no setor da aceitação e <strong>do</strong>respeito, ainda longe, a nosso ver, a possibilidade de, via legislativasomente, produzirem-se efeitos preserva<strong>do</strong>res dessesobjetivos.5 Em relação ao perío<strong>do</strong> de 1982 a 2002, contabilizaram-se 80 mil mortos na França e 25 milhões no mun<strong>do</strong>.Ver POLLAK, Michel. Les homosexuels et le sida. Paris: Métailié, 1988 e POMMIER, François. La psychanalyse àl´epreuve du sida. Paris: Aubier, 1996.R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 14, n. 55, p. 87-164, jul.-set. 2011 99

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