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A Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do Estado - Emerj

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sos e, ao mesmo tempo, faz <strong>do</strong> filho um sujeito cuja educação sua naçãoé encarregada de assegurar. A atribuição da autoridade torna-se, assim,motivo de uma divisão incessante entre o Esta<strong>do</strong> e os pais, de um la<strong>do</strong>, eentre pais e mães, de outro.Finalmente, a partir da década de 1960, impôs-se a família “contemporânea”ou “pós-moderna”, que une, ao longo de uma duração relativa,<strong>do</strong>is indivíduos em busca de relações íntimas ou de realização sexual.A transmissão da autoridade vem se tornan<strong>do</strong>, então, cada vez mais problemática,à medida que divórcios, separações e recomposições conjugaisaumentam.Que esta organização familiar seja o sintoma da importância queo século XIX atribuía à vida privada, ou que esta seja imposta como objetode estu<strong>do</strong> em função desse movimento, importan<strong>do</strong> em verdadeirareviravolta que se produziu na sociedade ocidental em torno de 1850 naesfera <strong>do</strong> priva<strong>do</strong>, como sublinha Michel Perrot (PERROT, Michel. Históriada vida privada. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. (Volume IV: DaRevolução à Primeira Guerra), surgiu então uma zona obscura e malditapara se tornar o lugar de uma das experiências subjetivas mais importantesde nossa época.A psicanálise foi, de certa maneira, o paradigma <strong>do</strong> advento da famíliaafetiva contemporânea, uma vez que contemplava, ao fazer dessafamília uma estrutura psíquica universal, um mo<strong>do</strong> de relação conjugalentre os homens e as mulheres em que não repousava mais uma coerçãoligada à vontade <strong>do</strong>s pais, mas sim uma livre escolha <strong>do</strong>s filhos. O romancefamiliar freudiano supunha, com efeito, que o amor e o desejo, o sexo e apaixão estivessem inscritos no cerne da instituição <strong>do</strong> casamento.Com a evolução <strong>do</strong>s relacionamentos e, notadamente, da conquistafeminina de um espaço na sociedade que caracteriza as mulheres comopessoas, independentes <strong>do</strong>s mari<strong>do</strong>s, sem precisarem de um homem (mari<strong>do</strong>ou pai) para chancelar seus atos, em 1970, na França, foi suprimida aexpressão “chefe de família”. No Brasil, isso só ocorreu de forma significativacom a Constituição Federal de 1988, com a corroboração e a confirmaçãoda absoluta igualdade entre os cônjuges, sejam eles casa<strong>do</strong>s ou não.4. AS TRANSFORMAÇÕES DA FAMÍLIA E A ÉTICADe que ser humano estaremos falan<strong>do</strong> até o fim <strong>do</strong> século? Atualmente,vê-se, cada vez mais perto e real, o problema da clonagem <strong>do</strong> ser94R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 14, n. 55, p. 87-164, jul.-set. 2011

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